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Telegram compartilhou dados de usuários suspeitos de crimes com órgãos alemães

Por  • Editado por Claudio Yuge | 

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Montagem: Caio Carvalho/Canaltech
Montagem: Caio Carvalho/Canaltech
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O posicionamento oficial do Telegram sobre compartilhamento de dados de seus usuários para governos sempre foi que a plataforma nega esse tipo de solicitação, nunca tendo atendido a pedidos do tipo — mas uma reportagem do jornal alemão Der Spiegel indica que a verdade é outra, compartilhando informações com autoridades da Alemanha sobre suspeitos de abuso infantil e terrorismo.

De acordo com a reportagem, o governo alemão estaria pressionando já há algum tempo o Telegram para auxiliar nas investigações de grupos de extrema-direita que podem utilizar o mensageiro como plataforma para organizar suas operações. A reportagem afirma que a autoridade teve dificuldade em fazer a empresa de Dubai concordar em compartilhar as informações dos suspeitos de envolvimento nessas atividades, chegando ao ponto do Ministério do Interior da Alemanha, órgão focado em segurança do país, realizar video chamadas com Pavel Durov, fundador e CEO do aplicativo, para conversar sobre o caso desde fevereiro deste ano.

A reportagem do portal alemão detalha que após as conversas entre a autoridade do país e o Telegram, o mensageiro estabeleceu uma linha direta, através de um endereço de e-mail, para comunicação sobre os de usuários suspeitos de engajarem em atividades criminosas através da plataforma — com o aplicativo já tendo bloqueado centenas de canais envolvidos nessas situações desde a abertura desse meio de contato, além de ter compartilhado informações sobre suspeitos de engajarem em atividades de terrorismo e de abuso infantil.

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Situação pode mostrar mudança do Telegram no tratamento de dados de usuários

Qualquer pessoa que acessar sessão de perguntas frequentes do Telegram, em especial a parte sobre informações de usuários, encontrarão no capítulo 8.3 uma afirmação que a plataforma não compartilha dados de quem usufrui de seus serviços com nenhum terceiro, seja ele governos ou não — a menos que exista confirmação do envolvimento dessa pessoa em atos de terrorismo.

Por anos, essa afirmação foi real, com a plataforma sendo banida em 2018 da Rússia por se recusar a entregar as chaves de criptografia utilizadas em seus serviços, só voltando a atuar no país em 2020 com novas medidas de segurança.

Com a situação relatada pelo portal Der Spiegel, porém, o cenário muda, mostrando que talvez a plataforma esteja começando a mudar a forma que atua e trata os dados de seus usuários. O Canaltech entrou em contato com a assessoria de imprensa do Telegram para pedir um posicionamento sobre a questão. Assim que recebermos uma resposta, atualizaremos este conteúdo.

Fonte: Der Spiegel