Polícia prende mais um acusado de megainvasão ao Twitter
Por Felipe Demartini | Editado por Claudio Yuge | 23 de Julho de 2021 às 18h20
Um dos supostos culpados pela grande invasão ao Twitter, em julho do ano passado, foi preso nesta semana na Espanha. Joseph O’Connor, de 22 anos de idade, é apontado por autoridades americanas como um dos responsáveis por comprometer os sistemas internos da rede social, publicando golpes envolvendo criptomoedas nas contas de celebridades, políticos e outras figuras importantes.
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O suspeito foi localizado na cidade de Estepona e é de origem britânica. De acordo com as informações divulgada pelo departamento de justiça do governo dos Estados Unidos, ele também seria o responsável por invadir perfis de famosos no TikTok e no Snapchat, além de estar respondendo a um outro processo em solo ianque, por perseguir virtualmente uma adolescente.
Após ser capturado pelas autoridades espanholas, que cooperaram com o FBI, O’Connor foi indiciado por diferentes crimes que incluem conspiração para invadir computadores, extorsão, ameaça e cyberstalking. Ele deve ser extraditado para responder aos crimes nos Estados Unidos, com uma corte federal do país sendo a responsável por estabelecer a sentença após o fim dos trâmites migratórios.
O caso está em andamento nos tribunais do estado americano da Califórnia, enquanto a prisão é parte de uma investigação que vem acontecendo desde o ano passado, com a colaboração do Serviço Secreto e de forças-tarefas do governo contra incidentes cibernéticos. O próprio Twitter, claro, colaborou com os trabalhos, bem como agências policiais da Espanha e do Reino Unido, que auxiliaram na localização do acusado.
Relembre o caso
A grande invasão ao Twitter aconteceu em 15 de julho de 2020 e atingiu contas de destaque como a do ex-presidente americano Barack Obama, a do cantor Kanye West e de nomes como Bill Gates, Elon Musk e Jeff Bezos, além de empresas como a Uber e a Apple. Em todos os casos, a intrusão envolveu a publicação de um golpe clássico envolvendo criptomoedas, usando o nome dos famosos em uma suposta entrega de valores em troca de depósitos iniciais pelos usuários.
O ataque seria obra de um grupo, do qual O’Connor faria parte, que levou R$ 600 mil das vítimas em poucas horas. De acordo com dados da investigação, as publicações teriam alcançado 328 milhões de pessoas ao redor do mundo, a partir 130 perfis verificados. A resposta do Twitter, na ocasião, envolveu restringir a publicação de contas que tinham o selo, com medidas de segurança adicionais sendo colocadas em prática nos dias e semanas seguintes. Mais tarde, a empresa também confirmou que a intrusão aconteceu após um golpe de engenharia social sofrido por um de seus funcionários.
Esta é a segunda prisão de destaque a decorrer do caso. Em março, Graham Ivan Clark foi condenado a três anos de prisão após admitir culpa pelo comprometimento ao Twitter, realizando quando ele tinha 17 anos. Ele está encarcerado desde agosto do ano passado, acusado de invasão a computadores, fraudes financeiras e formação de quadrilha.