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Cuidado! Novo golpe usa Pix Agendado como isca para induzir depósito das vítimas

Por  • Editado por Claudio Yuge |  • 

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Divulgação/Banco Central do Brasil
Divulgação/Banco Central do Brasil

Não há dúvidas de que o sistema de pagamento instantâneo (Pix) é um sucesso. Recentemente, o Banco Central do Brasil (Bacen) informou que já há mais de 253 milhões de chaves cadastradas no sistema. Da mesma forma, a quantidade de operações aumentou proporcionalmente: já são mais de 1,5 bilhão de transações com movimento de mais de R$ 1,109 trilhão.

Os golpes com base na tecnologia acompanham essa tendência. Agora, o alvo é o Pix Agendado, uma função que permite que o cliente agende um Pix para uma data futura. Por enquanto, ela pode ou não ser oferecida pelas instituições financeiras, mas a partir de 1º de setembro de 2021 passará a ser obrigatória. O objetivo é permitir que todos os usuários do sistema possam agendar pagamentos.

A artimanha criada pelos criminosos usa engenharia social para obter dinheiro das vítimas. Para isso, o golpista faz um Pix Agendado e, antes que ele seja efetivado, o cancela. Logo que a transação é agendada, entretanto, o destinatário é notificado da operação. Em seguida, recebe uma mensagem do remetente: ele diz que fez a transação por engano e pede o dinheiro de volta o mais rápido possível.

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O objetivo é que a vítima faça a transferência na hora. Isso porque o Pix Agendado não entra na conta imediatamente: ele só é processado na data escolhida. E, enquanto a transação não ocorre, pode ser cancelada a qualquer momento. Ou seja, o golpista entra em contato com a vítima e a vítima "devolve" o dinheiro na hora. Só que não há nada para ser devolvido, porque o montante ainda não chegou.

Depois que o dinheiro é enviado pela vítima, o criminoso cancela a transação agendada e fica com o total transferido. A dica, então, é: se receber uma notificação de Pix Agendado e for procurado por alguém para enviar a quantia de volta, pode ser golpe! Nesse caso, diga ao solicitante que é possível cancelar a operação enquanto não chegar a data do agendamento.

Como se proteger

O Pix é um meio de pagamento bastante seguro tecnologicamente. “O Pix Agendado oferece a possibilidade de lançamento futuro. Como funciona dentro do aplicativo do banco e é regulamentado pelo Bacen, é extremamente seguro”, destaca Arthur Igreja, especialista em tecnologia e segurança digital.

O que os golpistas fazem é usar truques antigos para enganar as vítimas. “O golpe não tem falha do Pix. Como o sistema é uma ferramenta nova, as pessoas se confundem, não fazem a relação com o crime e tomam atitudes no calor do momento”, pondera Igreja.

Segundo ele, para evitar ser vítima do golpe, o usuário precisa se informar, agir com calma, verificar a identidade do remetente e não enviar dinheiro a terceiros sem ter certeza do que está fazendo. Igreja dá algumas dicas para quem quer se proteger de golpes que se aproveitam do Pix. Confira:

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  • Sempre verifique a identidade de quem está solicitando o Pix;
  • Na hora de efetivar a transação, fique atento: os aplicativos estão cada vez mais fáceis de utilizar e o usuário, muitas vezes, seleciona ‘Confirmar’ sem nem perceber que está transferindo recursos para um nome que não conhece;
  • Alguns sites já estão adotando pagamento por Pix. Nesse caso, se o usuário estiver em um ambiente falso, o dinheiro vai para a conta do golpista;
  • É fundamental confirmar o limite disponível para transferência por Pix com a instituição financeira. Às vezes, o próprio usuário comete um erro de digitação e atribui a perda a um golpe;
  • Usuários que não têm familiaridade com o Pix, podem treinar o uso do recurso. Uma boa ideia é fazer um Pix de R$ 1 para um conhecido para testar a funcionalidade. E, se quiser, pode até pedir o dinheiro de volta, já que o processo é gratuito.

O que fazer se for vítima

Até as pessoas mais atentas podem ser vítimas de golpes que usam engenharia social. Se mesmo sabendo como agir, você for enganado pelo criminoso, reúna todas as informações que tem dele — como o comprovante do Pix Agendado e o número do telefone usado para entrar em contato — e faça um Boletim de Ocorrência. Com o documento em mãos, procure sua instituição financeira para saber como ela lida com esses casos.

Fonte: Nubank