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Nestlé deixa de vender KitKat e Nesquik na Rússia após ataque do Anonymous

Por  • Editado por Claudio Yuge | 

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Divulgação/Nestlé
Divulgação/Nestlé

A Nestlé anunciou nesta semana que deixaria de vender alguns de seus produtos na Rússia, como KitKat e Nesquik, após ser atingida por um ataque do Anonymous. O grupo hacktivista publicou, nesta terça-feira (22), 10 GB de dados da companhia de alimentos, com direito a e-mails, senhas e demais informações sensíveis de clientes, assim como documentos internos sobre a operação da companhia em todo o mundo.

De acordo com as informações preliminares, estão no volume vazado informações sobre pagamentos e pedidos recebidos pela Nestlé, resultando no vazamento de dados internos e também de parceiros comerciais. Detalhes dos sistemas internos também aparecem em uma amostra publicada pelo Anonymous no Twitter, assim como um arquivo específico contém apenas logins e senhas de contas internas da empresa de alimentos.

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A intrusão é o cumprimento de uma promessa feita pelo bando. Após declarar guerra digital à Rússia por causa da invasão na Ucrânia e atacar dezenas de sites do governo, o Anonymous afirmou também que iria atrás das empresas que não interrompessem seus negócios no país. Além da Nestlé, o grupo também ameaça atacar marcas como Decathlon, Burger King, Subway, CitiGroup e Leroy Merlin, as acusando de colocar os lucros acima das vítimas dos conflitos armados.

Nestlé contesta alegações do Anonymous

Ao falar sobre o assunto, entretanto, a empresa subiu o tom, afirmando que a alegação do Anonymous não tem fundamento. Os dados vazados, afirmou a Nestlé, são decorrentes de uma intrusão em sistemas de negócios registrada em fevereiro deste ano, e não parte de um ataque feito em prol da Ucrânia; a companhia afirma que as informações nem mesmo são reais, e sim, parte de um ambiente de testes de plataformas que ficou disponível de forma pública indevidamente no começo deste ano.

Ainda assim, nesta quarta-feira (23), veio a notícia da interrupção da venda de produtos na Rússia. A Nestlé afirma estar ao lado da Ucrânia e dos mais de 5,8 mil funcionários que trabalham em unidades da empresa do país e, por isso, decidiu suspender a fabricação e comercialização de itens não essenciais, como os das marcas KitKat e Nesquik, no país por tempo indeterminado.

A marca não associou a decisão ao ataque dos Anonymous nem à pressão do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, que criticou a Nestlé e diversas outras empresas, como PepsiCo, Danone, Unilever e Mondelez, que permaneceram na Rússia após a invasão do país vizinho. Os comentários também levaram a uma queda de quase 2% nas ações da companhia neste começo de semana.

Além das marcas citadas, a Nestlé também afirmou ter cancelado ações de marketing ou investimentos em publicidade, bem como interrompido ou reduzido ao máximo suas operações na Rússia, incluindo importações e exportações de produtos. Porém, a companhia disse que segue operando com produtos que considera essenciais como cereais, alimentos para pets, comida para recém-nascidos e opções para dietas restritas. O pedido do conglomerado é de paz, com a empresa afirmando apoiar todos os esforços em prol do fim do conflito na região.

Fonte: Reuters, The Grocer

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