Mozilla anuncia programa capaz de classificar bugs com a ajuda de IA
Por Rafael Rodrigues da Silva | 10 de Abril de 2019 às 09h27
Nesta terça-feira (09), a Mozilla revelou uma novidade que fará qualquer programador morrer de inveja: a empresa apresentou o BugBug, uma ferramenta de código aberto que utiliza aprendizado de máquina para classificar automaticamente bugs reportados. A ferramenta consegue separar esses erros por produto (Firefox, Firefox para Android, Thurderbird) e por componente, indicando qual parte do código-fonte foi responsável pelo problema.
Para conseguir efetuar essa tarefa, o BugBug teve de ser treinado com um conjunto e informações equivalente a dois anos de relatórios de erros gerados, que totalizou mais de 100 mil bugs. Além disso, essa informação não poderia ser simplesmente inserida no programa, já que qualquer bug que já tivesse sido resolvido se tornaria inacessível para o BugBug.
Por isso, os desenvolvedores da ferramenta eram obrigados a “recriar” os bugs para que o programa estivesse exatamente no mesmo estado de quando um relatório de erro foi gerado, além de filtrar componentes menores que tivessem pelo menos 1% da quantidade de bugs reportadas no relatório de componentes mais abrangentes.
De posse do nome, do primeiro comentário e das palavras-chave associadas a cada um dos bugs desses relatórios, os desenvolvedores começaram a treinar o BugBug, que levou cerca de 40 minutos para categorizar e separar todos os problemas operando em um PC com processador de seis núcleos e 32 GB de memória RAM - um período bem menor do que o processo manual, que pode demorar semanas. O programa tem sido usado pela Mozilla desde fevereiro deste ano e já efetuou a triagem de cerca de 350 bugs com uma taxa de acerto de 93%.
Por enquanto, o BugBug só funciona com programas desenvolvidos pela Mozilla, mas a empresa tem a intenção de melhorar a ferramenta para algo mais abrangente. A intenção é ensinar a ferramenta a detectar bugs duplicados (o mesmo bug em mais de um componente), classificar esses bugs pelo tipo (como “performance”, “uso de memória” ou “travamento do sistema”) e isolar erros em locais onde não há a documentação necessária para corrigi-los.
Fonte: Mozilla