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Maioria das chamadas indesejadas esconde televendas e golpes

Por| Editado por Claudio Yuge | 23 de Setembro de 2021 às 15h40

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Quem nunca recebeu chamadas indesejadas no celular? Elas são muito comuns no dia a dia dos brasileiros e, em geral, podem ser classificadas em quatro tipos: televendas, cobrança de desconhecidos, tentativas de golpe e chamadas de robôs.

Um levantamento encomendado pela First Orion e conduzido pela Opinion Box em parceria com a Mobile Time entrevistou 2.125 brasileiros e mostra os detalhes dessa prática no país. Entre os participantes da pesquisa, 92% já receberam ligações de televendas no celular. Incomodados por cobranças de desconhecidos e chamadas de robôs, por sua vez, são 88% cada. Já as chamadas que incluíam tentativas de golpe atingiram 72% dos entrevistados.

As ligações incomodam os destinatários. Entre aqueles que identificaram tentativas de golpe nas chamadas, 99% as consideram um transtorno. Em proporções um pouco menores, o mesmo ocorre com os que recebem cobranças de desconhecidos (93%), chamadas de robôs (90%) e ligações de televendas (89%).

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Entre os importunados por chamadas de televendas, 80% dizem que prefeririam não recebê-las. A quantidade de ligações é alta: 51% dos participantes do levantamento dizem que recebem quatro ou mais delas diariamente.

As tentativas de golpe têm incidência menor. A maioria dos entrevistados (68%) aponta que elas ocorrem algumas vezes por ano e apenas 6% atendem a essas chamadas todo dia ou quase todo dia. A incidência é maior na região Norte (83%), enquanto a região Sul tem o menor índice (65%).

O golpe mais frequente é a falsa ameaça a um familiar (43%), como o falso sequestro. O roubo de dados financeiros vem em segundo lugar (40%). Outras ocorrências comuns são o roubo de dados pessoais (35%) e a clonagem de WhatsApp (30%). Em 45% dos casos, o golpista tinha dados pessoais da vítima.

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Entre os que já receberam esse tipo de chamada, 14% caíram no golpe. A maior parte deles (18%) eram jovens de 16 a 29 anos, enquanto o índice entre aqueles com 50 anos ou mais é bem menor (8%). Boa parte das vítimas (77%) perdeu menos de R$ 1 mil com o golpe, mas 3% perderam mais de R$ 10 mil.

Chamadas de robô e cobranças de desconhecidos

As chamadas de robôs atingem 88% dos entrevistados e ocorrem mais nas classes A e B (93%) do que nas classes C, D e E (84%). A maioria daqueles que as recebem (90%) se incomodam com elas.

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E as ligações de cobrança que buscam desconhecidos? Elas são comuns porque muitos golpistas usam dados falsos para fazer as mais variadas dívidas. Tanto é que 88% dos brasileiros já receberam esse tipo de ligação no celular. Embora a incidência seja maior entre consumidores das classes C, D e E, com 90%, as classes A e B também são bastante atingidas, com 85%.

A frequência diária ou quase diária desse tipo de ligação é percebida por 20% dos participantes da pesquisa. Por outro lado, 35% as recebem algumas vezes por ano e 27% algumas vezes por mês. A prática incomoda 93% daqueles que já foram vítimas dela.

Por todos esses motivos, 47% dos participantes da pesquisa quase nunca ou nunca atendem a chamadas de números desconhecidos. A desconfiança é maior entre pessoas com 50 anos ou mais (51%). Isso se transformou em uma barreira para o telemarketing ativo e para comunicações que podem ser do interesse do consumidor — como um alerta sobre uma tentativa de fraude no cartão de crédito, por exemplo.

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Além disso, 21% dos entrevistados utilizam aplicativos de bloqueio dessas chamadas e 30% afirmam que seus aparelhos já vêm com esse recurso. Quase metade dos participantes da pesquisa (49%) conhecem o serviço “Não me perturbe”, que permite cadastrar números telefônicos para não receber chamadas de telemarketing. Apenas 21% dos participantes inscreveram suas linhas e, entre eles, 75% afirmam que o resultado foi positivo.

Diante desse cenário, quem é responsável por essas chamadas? Para 59% dos entrevistados, as operadoras de telefonia móvel têm responsabilidade sobre o problema. Mesmo assim, apenas 18% reclamaram a elas sobre a ocorrência. Para 44% deles, após a reclamação, o recebimento de chamadas indesejadas diminuiu ou acabou.

Entre os participantes da pesquisa, 59% informam que a promessa de um serviço de bloqueio de chamadas indesejadas seria motivo para trocar de operadora e 38% estão dispostos até a pagar por ele. Nesse grupo, 36% pagariam até R$ 1,99 por mês e 20% pagariam R$ 10 ou mais mensais pelo bloqueio.