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Kaspersky alerta: vírus no WhatsApp e novas IA do crime são tendências em 2026

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Reprodução/Assine Bem
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O ano ainda não acabou, mas a Kaspersky já está de olho no futuro para prever quais serão as principais tendências de segurança digital para o setor corporativo em 2026.

Em evento para divulgar o Prognóstico de Cibersegurança 2026 da companhia, no qual o Canaltech esteve presente, o gerente-executivo Roberto Rebouças e Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina, uniram-se para apresentar quais serão os desafios que as empresas poderão enfrentar daqui para frente, trazendo também um recorte para o cenário nacional.

Entre os pontos mais importantes discutidos no prognóstico, o uso ilegal da inteligência artificial (IA) aparece como uma das grandes preocupações para 2026, assim como trojans bancários com foco no WhatsApp e ataques a pagamentos NFC (as populares transações por aproximação).

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A previsão foi feita com base em estudos de ameaças emergentes analisadas por especialistas, que conseguiram prever em 2025 o aumento de ataques a bancos centrais e a sistemas de pagamento instantâneos via Pix, como o ciberataque contra a empresa C&M Software, que desviou R$ 813 milhões usando o atual meio queridinho dos brasileiros para realizar transferências bancárias.

Tendências de cibersegurança em 2026

Reforçando que se tratam de previsões e não verdades absolutas, o prognóstico destacou algumas tendências de cibersegurança que os especialistas da Kaspersky identificaram para 2026. Veja quais são as principais.

Aumento do uso de deepfakes e IA

Uma delas é o crescimento do serviço de deepfakes e IA para prática de engenharia social em golpes. Com a popularidade do Gemini, ChatGPT e outras ferramentas generativas, os cibercriminosos enxergaram uma nova oportunidade para emplacar fraudes usando esses recursos, algo que começou a ganhar força em 2025.

Para as empresas, a prática é um risco que pode ameaçar a segurança digital das operações. Afinal, deepfakes chegaram a um ponto tão avançado que, hoje em dia, já é extremamente difícil para o olho humano distinguir o que é real e o que é IA.

No mundo corporativo, por exemplo, criminosos já conseguem usar deepfake para se passar por pessoas reais, usando face swap (troca de rosto) para enganar sistemas de bancos na abertura de contas e em sites governamentais, como o Gov.br, cenários que podem se tornar mais frequentes nos próximos anos.

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Trojan bancário no WhatsApp

Outra previsão destacada pelo prognóstico de cibersegurança da Kaspersky para 2026 tem relação com o aumento da aplicação de trojan bancários em golpes no WhatsApp. Essa expectativa não surgiu do nada: o caso do vírus Maverick, uma campanha de malware que aterrorizou os usuários do WhatsApp Web em 2025, foi um dos principais pontos de atenção analisados pelos especialistas, que identificaram a possibilidade do aumento de casos semelhantes daqui para frente.

Fabio Assolini ainda destacou durante a apresentação do prognóstico que essa exploração do WhatsApp pelos cibercriminosos vem de uma falha de segurança do aplicativo de mensagens da Meta, que é altamente usado no universo corporativo e na vida pessoal dos brasileiros. Isso porque o WhatsApp permite o envio de diferentes tipos de arquivos que podem ser facilmente alterados por hackers, aumentando os riscos de softwares maliciosos chegarem às vítimas.

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Ataques a pagamentos NFC

“Aproxima?” Você provavelmente já ouviu essa pergunta ou alguma questão semelhante quando está pagando algo com o seu cartão ou celular em um estabelecimento. Pagamentos por aproximação, também chamados de pagamentos NFC, tornaram-se bastante comuns nos últimos anos, o que significa que os criminosos também estão de olho nessa possibilidade de aplicar golpes.

Tendo isso em vista, a Kaspersky acredita que haverá um aumento desse tipo de fraude, considerando que muita gente deixa o recurso ativado no celular sem nem ao menos perceber o perigo dessa simples ação.

Foco na IA e novos métodos de distribuição

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O prognóstico de cibersegurança também destacou as seguintes tendências para 2026:

  • Crescimento de infostealers regionais;
  • Chegada do malware de IA agêntica, um software malicioso autômato que usa a IA para analisar o ambiente digital e, assim, realizar um ataque
  • personalizado;
  • Dispositivos pré-infectados de fábrica, como smartphones e Smart TVs;
  • Novos métodos de distribuição de softwares maliciosos em fraudes clássicas, com criminosos usando plataformas como o TikTok para aplicar golpes.

Desafios para as empresas

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Diante desse cenário preocupante, que aponta para um aumento de ataques personalizados e do uso de inteligência artificial em campanhas sofisticadas, haverá um fantasma assombrando o universo corporativo em 2026, conforme analisado por Roberto Rebouças.

Segundo o gerente-executivo da Kaspersky no Brasil, existe uma “falsa sensação de segurança” nas empresas que mais atrapalha do que ajuda em casos de ataques digitais. Rebouças comentou que o erro das companhias é ter uma mentalidade de “bombeiro”, agindo apenas quando o incêndio começa ao invés de aplicar medidas efetivas de prevenção para evitar que o pior aconteça.

Para ter uma noção do problema, a pesquisa CISO 2025 revelou que 48% das empresas não possuem um cronograma regular de avaliações de risco, um ponto delicado considerando que os golpes digitais estão crescendo cada vez mais no Brasil.

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Além disso, os dados mostram que 30% das instituições nem sequer usam um antivírus, enquanto 44% não apostam em um bom firewall. Somando isso a uma falta de educação digital, ausência de profissionais especializados, priorização de investimentos e limitações orçamentárias, temos todos os ingredientes propícios para que uma empresa acabe se tornando vítima de um ataque de ransomware, por exemplo, que teve um crescimento de 12% no país e segue como um dos mais recorrentes no mercado nacional.

Rebouças ressalta, então, que é preciso parar de olhar para questões de cibersegurança como um “produto”, já que tudo envolve um processo cuidadoso de definir responsáveis e realizar testes constantes para estar sempre preparado para qualquer situação que comprometa a integridade dos sistemas corporativos.

Além disso, promover uma cultura de segurança para além das ferramentas tecnológicas é importante para que funcionários saibam como se portar no ambiente online, evitando que dados sensíveis da empresa acabem caindo em mãos erradas.

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