Jovens usam PIX para “paquerar” e expõem dados pessoais nas redes sociais
Por Ramon de Souza | 26 de Janeiro de 2021 às 20h10
O sistema de pagamentos instantâneos PIX veio em uma boa hora: por funcionar 24 horas por dia e sete dias por semana, permitindo a transferência imediata de valores entre qualquer instituição bancária, a tecnologia está ajudando pequenos empreendedores a receber por produtos comercializados ou serviços prestados com maior agilidade. Porém, a novidade também está sendo usada de forma indevida pelo público jovem.
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Pesquisadores de segurança da companhia eslovaca ESET emitiram um alerta a respeito dos perigos de uma nova tendência que está sendo referida como “pixtinder” ou “pixssexual”. Sim, os internautas brasileiros estão usando o PIX para paquerar online, expondo suas chaves em redes sociais para receber transferências de pequenos valores como “mimos”. Obviamente, tal comportamento traz uma série de riscos.
Segundo os especialistas, já é comum encontrar publicações como “Não me mande flores, me mande um PIX” ou “Aqui é ruim de conversar, anota meu PIX”, procedidas de chaves que identificam o internauta no sistema de pagamentos. Vale lembrar que chaves PIX podem ser um endereço de e-mail, um número de telefone ou um CPF; não é necessário informar agência bancária ou número da conta para efetuar a transação.
“Ao iniciar um processo de transferência de valores através do PIX, o sistema exibe o nome completo do titular vinculado à chave e um fragmento do CPF, ou seja, isso pode fazer com que criminosos tenham mais facilidade de encontrar informações sobre possíveis vítimas e entrem em contato com elas posteriormente”, explica Daniel Barbosa, pesquisador de segurança da ESET Brasil.
Daniel ressalta que, no caso de chaves que são o e-mail ou número de telefone do internauta, os scammers já teriam “meio caminho andado” para encontrar as informações necessárias para aplicar um golpe na vítima. O ideal é gerar uma chave aleatória sempre que precisar receber via PIX; ainda assim, a exposição desnecessária nas redes sociais continua sendo uma prática não-recomendada.
“Mesmo que as pessoas tenham escolhido a opção ‘chave aleatória’ com o intuito de protegerem seus dados pessoais, elas podem estar correndo sérios riscos de segurança ao expor publicamente esse tipo de informação em suas redes sociais”, conclui o executivo.
Fonte: ESET