Fotografia comemorando vacina da COVID-19 pode expor seus dados a criminosos
Por Felipe Gugelmin • Editado por Claudio Yuge |

Iniciada em janeiro deste ano, a campanha de vacinação contra a COVID-19 tem sido motivo de comemoração para milhares de brasileiros. Durante a celebração, é comum ver pessoas que compartilham selfies e expõem suas carteiras de vacinação nas redes sociais — prática que pode estar ajudando a expô-las a uma série de ameaças virtuais.
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Segundo a Kaspersky, uma série de golpistas está usando o documento como forma de criar golpes personalizados para quem já tomou alguma dose da vacina. Para isso, eles usam dados como nome completo, CPF, número do SUS, local de vacinação e até mesmo a assinatura do profissional que aplicou o imunizante. Tudo obtido a partir das selfies feitas pelas próprias vítimas.
A empresa explica que esse é um movimento comum, que também inclui o compartilhamento voluntário de dados corporativos quando as fotografias revelam momentos ligados ao trabalho. Como até mesmo os dados biométricos obtidos por fotografias podem ser usados por criminosos, é preciso investir em uma mudança de hábitos digitais para permanecer seguro:
- Evite publicar imagens de documentos oficiais;
- Minimize a exposição de seus dados pessoais na internet: junto a técnicas de engenharia social, eles podem ajudar golpistas a tomar controle de sua vida digital;
- Fique atento a tudo o que compartilha, pois todos os dados divulgados na internet podem eventualmente cair na mão de criminosos;
- Verifique as configurações de permissão dos aplicativos que usa e desligue opções que capturem dados pessoais ou permitam que companhias tomem controle deles.
"Embora a Internet nos permita compartilhar nossas realizações com a família, amigos e colegas, é fundamental entender que a publicação de informações pessoais nas mídias sociais é contra nossa privacidade e acarreta riscos. Não se trata de apagar e fechar nossas contas, mas de pensar antes de postar e compreender as possíveis consequências para evitar compartilhar informações sensíveis que nos identifiquem como indivíduos", explica Fabio Assolini, analista sênior de cibersegurança da Kaspersky.
Condições como iluminação e resolução das fotos podem dificultar as ações de criminosos, mas eles se beneficiam de dispositivos móveis capazes de gerar imagens com qualidade cada vez melhor — e o mercado para documentos roubados está aquecido. Na dark web, documentos de identidade, carteiras de motorista e passaportes são negociados entre US$ 0,50 e US$ 25, enquanto fotos com documentos podem ser encontradas por valores que variam entre US$ 40 e US$ 60.