Publicidade

Estes são os apps "famintos" que mais coletam e compartilham dados de usuários

Por| Editado por Claudio Yuge | 08 de Fevereiro de 2022 às 19h20

Link copiado!

Tim Samuel/Pexels
Tim Samuel/Pexels

Os apps de encontros e relacionamento são os que mais coletam, utilizam e compartilham dados de seus usuários em todo o mundo. Badoo, Bumble e HER lideram uma lista comilada pelos especialistas do Surfshark, que também revelam detalhes sobre a quantidade de detalhes dois usuários que são obtidas por esses aplicativos, com mais de metade deles dividindo essas informações para fins publicitários.

Em média, os aplicativos de relacionamento coletam 13 tipos diferentes de dados, mas de acordo com o estudo, 46% deles acumulam um volume acima desse total. Além disso, 25 dos 50 softwares analisados procuram informações consideradas sensíveis como etnia, raça, orientação sexual, opiniões políticas, dados biométricos e até mesmo entradas relacionadas à saúde.

O Tinder é o maior aplicativo do tipo, inclusive no Brasil, mas aparece na 19ª colocação entre as soluções mais famintas pelos dados dos usuários. Enquanto o software ainda fornece dados de seus usuários para parceiros de publicidade, ele obteve um total de 38,4 pontos no ranking de coleta de dados; os três primeiros, Badoo, Bumble e HER, obtiveram graduações 80,4, 67,2 e 67,2, respectivamente.

Continua após a publicidade

Entre os pontos de dados preferidos dos aplicativos de relacionamento estão e-mails, informações sobre os dispositivos, números de telefone e, claro, a localização, essencial para o funcionamento das soluções. Por outro lado, o levantamento chamou atenção para a coleta de informações de saúde por três deles, Bumble, Badoo e Grindr, com direito até mesmo a registros relacionados a testes de HIV pelo último.

A questão é polêmica desde 2018, quando veio a público a informação de que o software compartilhou tais dados com pelo menos dois parceiros de publicidade. Na ocasião, a administração do Grindr afirmou que a prática era comum no mercado e que estava sendo atacada diretamente por conta dela, mas que interromperia tais ações, ainda que a coleta continue acontecendo até hoje.

“A preocupação é que, a cada vez que os dados são passados adiantes, podem não existir regulações que impeçam que eles sejam revendidos ou reutilizados novamente”, explica Darius Belejevas, diretor de desenvolvimento de negócios do Surfshark. Na visão dele, a comercialização e uso indiscriminado das informações é ilegal e pode afetar relacionamentos privados, além de serem especialmente sensíveis do ponto de vista da privacidade.

Continua após a publicidade

Aos usuários, a recomendação é para que prestem atenção aos termos de uso, pedidos de permissão e ao tipo de dados coletados por cada aplicativo de relacionamento, de forma que uma decisão consciente sobre seu uso ou não possa ser tomada. Pensar antes de entregar as informações, afirma o relatório, é o primeiro passo para a construção de relações por esses meios.

Fonte: Surfshark