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Editora da Harvard sofre ransomware com vazamento de dados de 152 mil pessoas

Por| Editado por Claudio Yuge | 06 de Outubro de 2022 às 16h20

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Divulgação/Infomag
Divulgação/Infomag

Uma falha de configuração no banco de dados levou a um ataque de ransomware contra a Infomag, licenciada turca do centro de estudos sobre negócios da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Criminosos tiveram acesso a um volume de informações de 152 mil clientes da publicação, com direito a nomes, e-mails, links para perfis em redes sociais e senhas em formato hash, que não podem ser descobertas pelos bandidos.

Dados sensíveis de 15 funcionários da organização também estavam presentes. Além de nomes de usuários e e-mails, as senhas estavam criptografadas em um protocolo frágil, o SHA1-128bit, enquanto informações de pagamentos, endereços físicos, números de documentos e até registros sobre os privilégios de administração e publicação dos trabalhadores estavam disponíveis, podendo comprometer sites locais do Harvard Business Review e outras plataformas nas quais eles compartilhassem as mesmas credenciais. A Infomag, por exemplo, também é a publicadora do Bloomberg Businessweek na Turquia.

Com exceção dos últimos, a maior parte do banco de dados não trazia informações sensíveis, mas ainda assim, foram suficientes para que o grupo criminoso não identificado começasse a extorsão. O pedido de resgate era de 0,01 Bitcoin, equivalente a R$ 104,7 mil na cotação desta quinta-feira (6), com a ameaça de não apenas liberar o volume publicamente como, também, denunciar a editora às autoridades regulatórias da União Europeia pela falha no cuidado com os dados dos clientes.

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Isso porque, como dito, o servidor estava disponível em uma nuvem pública, aberto e acessível para qualquer um, com 3,9 GB de dados e 19,5 milhões de entradas. A infraestrutura foi descoberta pelos especialistas em segurança do Cybernews no dia 16 de setembro e, três dias depois, atingida pelo ataque de ransomware, que não foi pago pela organização até o momento em que essa reportagem é escrita.

De acordo com a investigação dos especialistas, ainda que a quadrilha responsável pelo ataque não tenha sido revelada, a carteira de criptomoedas usada para recebimento dos resgates registra, pelo menos, cinco pagamentos, com o último em 31 de julho. Nenhum deles pertence à editora licenciada pela Harvard, mas todos são de, exatamente, 0,01 Bitcoin, indicando que outras vítimas efetivamente cederam às exigências dos bandidos.

A Infomag não retornou aos contatos do Cybernews, enquanto a Harvard Business Publishing, responsável pelas licenças internacionais de estudos e conteúdo, disse ter contatado a parceira sobre o assunto. A universidade afirmou, ainda, que leva a segurança digital a sério, ainda que a falha tenha acontecido, especificamente, em uma afiliada e não em seus sistemas diretos.

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Falhas de configuração já resultaram em bilhões de vazamentos

De acordo com números do sistema de monitoramento Breachsense, mais de 25 bilhões de credenciais já vazaram devido a erros de configuração em servidores. As infraestruturas abertas, seja por erro de desenvolvedores ou uso de preferências padronizadas, são um dos principais vetores de comprometimentos desse tipo; e da mesma forma que os especialistas em segurança, os bandidos também possuem sistemas de monitoramento.

Vulnerabilidades em softwares e o uso de tecnologias de segurança insuficientes, como é o caso da criptografia frágil encontrada em algumas das senhas deste volume vazado, também facilitam o trabalho dos bandidos. Por isso, a recomendação é de sempre atualizar servidores e dispositivos, além de fechar portas de entrada e ter controles de acesso que impeçam a ação de terceiros na infraestrutura.

Aos usuários, o risco é de roubo de identidade e comprometimento de novas contas, além de ataques de phishing em nome das empresas invadidas a partir dos e-mails obtidos. Aplicar autenticação em duas etapas nas plataformas sensíveis e usar senhas complexas e únicas para cada plataforma ajuda na segurança; além disso, a atenção deve ser redobrada, evitando clicar em links que cheguem por e-mail ou passar dados em contatos por telefone ou mensagem direta.

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Fonte: Cybernews