DuckDuckGo acusa Google de espionar usuários do Chrome
Por Felipe Demartini • Editado por Jones Oliveira |

Após meses de espera, o Google finalmente lançou uma atualização para seu aplicativo próprio no iOS e, também, para o navegador Chrome. E com elas, vieram também os chamados rótulos de privacidade, uma imposição da Apple para todos os aplicativos disponíveis na App Store, de forma a revelar quais tipos de dados são coletados pelos softwares. A divulgação chamou atenção do DuckDuckGo, buscador rival com foco, justamente, no anonimato.
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Por meio das redes sociais, a empresa chamou a atenção para o próprio rótulo de privacidade, que estava disponível desde o início da imposição, e o comparou com os publicados para o app do Google e o Chrome. O destaque é dado, principalmente, ao primeiro, capaz de obter informações sobre praticamente todos os aspectos de um usuário, esteja ele conectado ou não com uma conta da gigante.
Entre históricos de localização, identificadores, dados de uso e diagnósticos do próprio aparelho, o app de pesquisas também pode coletar informações de contatos, meios de pagamento e os históricos de busca e acesso a sites. Tudo em prol de entregar uma experiência personalizada, tanto quando o assunto são os anúncios quanto em resultados de pesquisa, que tentam se adequar aos interesses de forma a entregar páginas mais adequadas.
Enquanto os rótulos divulgados pelo Google fazem uma diferenciação entre o que é divulgado a anunciantes, desenvolvedores ou atrelado às funcionalidades do próprio aplicativo, o mesmo não pode ser dito do DuckDuckGo. Como a própria empresa indica, no caso do navegador focado em privacidade, nenhuma informação é coletada, enquanto sua utilização não depende de logins ou fornecimento de dados para adequação de publicidade ou resultados de pesquisa.
Não é como se o nível de acompanhamento praticado pelo Google fosse uma surpresa para os usuários que acompanham o noticiário de tecnologia, mas segundo o DuckDuckGo, a empresa tentou ao máximo “esconder” essas informações até que mantê-las em sigilo não fosse mais possível. A companhia se refere à demora no lançamento de atualizações, com tais indicações também sendo obrigatórias a partir do lançamento do iOS 14.
Na “bronca”, o DuckDuckGo ressalta o fato de ser o segundo browser mais baixado da Apple App Store, atrás apenas do Google Chrome, e se coloca, novamente, como uma opção focada em privacidade e não envolvendo coleta de dados. O aplicativo pode ser configurado como o browser padrão do iOS e, também, como a ferramenta de busca principal do sistema, permitindo que os usuários, caso desejem, reduzam a coleta de informações pelo ecossistema do Google.
No final de fevereiro, a mesma demora na liberação de informações foi citada em relação ao YouTube e Gmail, dois apps que também ficaram algum tempo sem serem atualizados devido às novas normas da Apple App Store. As regras também colocaram a Maçã em conflito com o Facebook, que afirmou, entre outras coisas, que ao exigir essa transparência, a empresa de Cupertino interfere no mercado publicitário e na forma de pequenos negócios, que dependem das propagandas digitais, atingirem seus clientes de forma mais eficaz.
Já de acordo com a Apple, o objetivo é fazer com que os usuários façam escolhas mais acertadas na hora de baixar aplicativos ou entendam melhor as permissões dadas a cada um deles. Para acessar as informações, basta acessar a página do aplicativo desejado na App Store e rolar a tela até a seção “Privacidade do app”, que traz todas as indicações e também permite acesso a mais detalhes sobre cada uma delas.
Fonte: DuckDuckGo (Twitter)