Dia mundial do backup: armazenamento indevido pode causar problemas às empresas
Por Felipe Demartini • Editado por Claudio Yuge |
31 de março é o Dia Mundial do Backup, data criada pela comunidade de segurança para conscientizar empresas e usuários sobre a importância de manter cópias de arquivos e cadastros, bem como a necessidade de redundâncias em caso de ataques cibernéticos ou problemas com dispositivos. Em um cenário em que os golpes, principalmente de ransomware, aumentam, tal ato ganhou ainda mais importância.
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Na visão da Check Point Software Technologies, a ocorrência de um ataque digital contra uma empresa não é questão de possibilidade, mas sim, de tempo. De acordo com levantamentos de seus especialistas, 87% das empresas do mundo já sofreram algum tipo de ataque a partir de vulnerabilidade conhecida, enquanto casos como o vazamento dos dados de 223 milhões de brasileiros apenas evidenciam a necessidade de mais segurança e, também, a defasagem de alguns sistemas em operação.
Os especialistas relatam cinco reflexos de uma política ineficaz de backups, a começar pela paralisação das atividades. A perda de documentos, dados de clientes, contratos, aplicações e outros arquivos pode levar a uma interrupção dos trabalhos e falta de acessibilidade dos colaboradores aos sistemas, impedindo que a empresa continue a operar em um momento dos mais críticos.
Daí, também decorrem dois outros efeitos diretos: a redução de clientes, oriunda tanto da perda de informações quanto da própria interrupção; e também os danos à marca. Na visão dos especialistas, o decréscimo de informações e a necessidade de nova coleta deixa clara, para fornecedores, usuários e colaboradores, a política ineficiente de controle de informações de uma companhia, colocando a credibilidade da empresa em questão.
Todos estes aspectos também podem levar a prejuízos econômicos que podem ter diferentes origens. Eles podem surgir da interrupção das operações, da necessidade de retrabalho envolvendo a nova realização de contatos e coleta ou, simplesmente, da perda de clientes. Além disso, a Check Point ressalta que o processo de recuperação de informações comprometidas por um ataque de ransomware, por exemplo, pode ser oneroso, mas plenamente dispensável caso exista uma política de backups em funcionamento.
Por fim, entra o escrutínio de agências regulatórias e as multas e problemas jurídicos relacionados à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que também tem cláusulas técnicas relacionadas a cópias de segurança e armazenamento de dados de usuários por um determinado período. As sanções envolvem penalizações financeiras e fiscalizações que podem levar à descoberta de ainda mais irregularidades, aumentando ainda mais os danos à reputação e receita já citados anteriormente.
Para a Check Point, as iniciativas de segurança digital devem ir além, apenas, da mitigação de ataques, envolvendo também a preocupação com backups regulares como medida essencial. O ideal, afirmam os especialistas, é tomar todos os cuidados praticáveis para evitar a perda de dados e eventuais consequências de golpes, assim como garantir o funcionamento da estrutura e a continuidade dos trabalhos.