Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Consultor de segurança da Cisco alerta sobre novo golpe de iPhones roubados

Por| 09 de Abril de 2019 às 11h46

Link copiado!

Consultor de segurança da Cisco alerta sobre novo golpe de iPhones roubados
Consultor de segurança da Cisco alerta sobre novo golpe de iPhones roubados

No ano passado a Apple anunciou um novo sistema para o iOS que impedia que aparelhos furtados fossem utilizados por ladrões. Basicamente, o usuário pode entrar em sua conta pelo iCloud e inutilizar o aparelho, indicando que ele foi roubado. Com isso, um ladrão não consegue revender o produto, a não ser para quem compra peças de iPhone. Mas parece que bandidagem está tentando contornar isso com um novo tipo de golpe identificado pela : o phishing pós-roubo.

A Cisco não é uma empresa que acompanha golpes, mas chegou ao caso após um de seus executivos ter sido furtado e sofrer uma tentativa de golpe. A ação funciona da seguinte forma: o usuário é roubado, no caso do executivo a mão armada, e tem seu smartphone levado. “Foi até estranho já que o roubo foi focado no celular, pois ele estava com laptop, e o assaltante ignorou o que estava ali, pegou o celular e a carteira e levou”, explica Fernando Zamai, consultor de segurança da Cisco do Brasil, que apenas apresentou a ação, não sendo a vítima efetiva do assalto.

Após comprar um novo iPhone e manter o mesmo número, a vítima recebe um SMS, supostamente da Apple, indicando que o aparelho havia sido localizado. O texto direciona para um site, sugerindo ao usuário que ele vá encontrar a localização do aparelho.

Continua após a publicidade

Importante reparar que, na URL, está escrito “lCloud”, com a letra L, e não iCloud, com i, como é o nome do serviço da Apple. “Imagine você, a pessoa já está sensível que foi assaltada, não percebe. Se a pessoa está mais atenta, ela vê que é um L, e não é um i”, aponta Zamai.

E é nesse momento que ocorre o phishing, que é quando uma pessoa mal-intencionada usa um link falso para tentar pegar informações de incaulto. No caso, o link levava para uma página falsa que simula o iCloud, com logos e layout, bastante semelhantes aos originais.

O usuário então é impelido a colocar seu ID e senha da Apple, os quais são direcionados à uma planilha do ladrão. O sistema ainda pede que o usuário coloque um código de verificação que recebeu também por SMS. Com isso, o ladrão consegue desbloquear o smartphone e ter acesso a todo conteúdo do aparelho.

Continua após a publicidade

“Ele consegue destravar o telefone e vender no mercado. Agora, aquele telefone que custaria R$ 200 em um roubo, ele consegue vender a R$ 4 mil, R$ 5 mil. A gente já viu casos de gente que entra no WhatsApp e pede dinheiro. Então, dá margem para outros crimes digitais. Por exemplo, até sextortion, pega uma foto e pronto. O cara vai saber tudo seu, saber seus dados, ter acesso ao seu WhatsApp”, pontua Zamai.

Complexidade

Para terminar e dar ainda mais veracidade ao golpe, sem deixar que a vítima perceba que forneceu seus dados, o bandido criou uma página que simula a busca pelo iPhone, imitando o layout do programa “Find My iPhone” da Apple. Obviamente, ele não retorna nenhuma localização.

Continua após a publicidade

“O que nos chamou mais atenção foi a seguinte: foi um crime digital, que está conectado a um roubo, possivelmente de mão armada. Isoladamente, esses crimes já acontecem no dia a dia, sendo que agora há conexão dos dois. Ou seja, estão se organizando para ter mais lucro e mais sucesso nesse tipo de crime”, levanta o consultor de segurança.

Ele ainda ressalta que este é um tipo de ação bastante complexa que não é feita por acaso, mas envolve muito planejamento. Primeiro, porque há um investimento, já que a pessoa pagou alguém para fazer um site que fosse fiel ao original e pagou por aquele determinado endereço.

“Outra coisa interessante, é que ele tem certificação digital, para se transparecer legítimo, e pular certos níveis de segurança de sistemas de navegadores”, relata Zamai.

Continua após a publicidade

O consultor vem acompanhando o golpe assim que o executivo da empresa foi vítima. O site está no ar desde 9 de março deste ano e já registrou pelo menos 10 acessos na última semana. Com isso, há indicação de que houve 10 possíveis vítimas desde o monitoramento.

“Outra evidência está na ID de sessão que ele mandou. Há um código, o que pode dar a entender que já são 400 vítimas aí”, explica Zamai.

Ele alerta sobre o caso indicando que há algumas boas práticas para não ser uma vítima ainda pior deste tipo de ação. A primeira é não nomear o aparelho indicando quem você é. No lugar de colocar, por exemplo, Marcelo, como o nome do seu aparelho, invente um apelido ou outro nome, já que ele aparece como “iPhone de Marcelo” quando o bandido tentar conectar.

Outra prática é, tendo conhecimento do golpe, nunca clicar em links do tipo por SMS. A Apple não envia tais informações de localização por mensagem. Só é possível tentar buscar a localização do seu dispositivo usando o app Find My iPhone por outro dispositivo, garantindo assim a segurança do processo.