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Como garantir a segurança das crianças na web durante as férias?

Por| 25 de Janeiro de 2021 às 19h00

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Canaltech
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Educar uma criança não é uma tarefa fácil. Época de férias costuma significar, para mães e pais, um período do ano no qual é necessário — mais do que nunca — conciliar seus afazeres profissionais com a devida atenção que os seus filhos merecem. Essa tarefa se torna desafiadora durante a pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2) por conta das políticas de isolamento social. Nada de praia, parques de diversões ou lojas de brinquedos.

Os tutores enxergam na tecnologia uma maneira fácil de manter os pequenos entretidos — smartphones, computadores, brinquedos conectados à internet e até mesmo videogames de última geração podem não apenas fazer a alegria dos baixinhos, mas também garantir que eles continuem interagindo (mesmo à distância) com seus amigos e coleguinhas da escola. Infelizmente, as coisas não são tão simples assim.

Como todos nós sabemos, a web é um lugar cheio de perigos e as crianças também estão suscetíveis a sofrer com essas ameaças. “A recomendação é para que pais busquem o máximo de informações possível sobre ataques e golpes que costumam ocorrer no ambiente digital”, afirma Daniel Cunha Barbosa, especialista em segurança da informação da ESET no Brasil, em entrevista exclusiva concedida ao Canaltech.

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“Costumo dizer que o conhecimento e a consequente conscientização sobre o uso saudável desses recursos é capaz de evitar transtornos muito além dos financeiros, como o vazamento de informações sigilosas sobre a pessoa, por exemplo. É função dos pais proporcionar uma navegação segura para seus filhos, ainda que seja a título de passatempo”, complementa o executivo.

Os riscos só aumentam

Daniel tem toda a razão ao sugerir cautela antes de colocar as crianças para brincar na internet sem quaisquer ações de conscientização. Ao longo de 2020, vislumbramos um aumento vertiginoso no número de ataques cibernéticos, vírus para computadores, golpes de engenharia social e até mesmo vulnerabilidades em gadgets projetados especificamente para o público infantil — as clássicas brechas em aparelhos de Internet das Coisas (IoT).

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Em setembro, por exemplo, o Canaltechalertou para uma série de falhas de segurança encontradas em relógios inteligentes (smartwatches) destinados aos baixinhos. A ideia desses gadgets é permitir um monitoramento da criança via geolocalização, mas pesquisadores descobriram que fraquezas em suas infraestruturas online podem ser exploradas por criminosos para espionar a comunicação entre pais e filhos.

Além disso, um recente relatório divulgado pela Axur mostrou que a incidência de golpes do tipo phishing cresceu em 99,23% no Brasil durante o ano passado, com um total de 48.137 campanhas diferentes identificadas. Não podemos deixar de citar também o fato de que golpistas estão focando no público gamer e tampouco nos esquecer de fenômenos bizarros como o Homem-Pateta — caso este que virou investigação policial devido a sua gravidade.

“É importante salientar que não estou demonizando o uso de dispositivos tecnológicos. Pelo contrário, são muitos os recursos dessas ferramentas que transformam o dia a dia e deixam a rotina mais divertida. Mesmo assim, há que se considerar que o uso de smartphones e computadores permite que o público infanto-juvenil possa acessar redes sociais, e-mails e conteúdos maliciosos sem que saibam que estão caindo em uma armadilha”, explica Daniel.

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Conscientizar é a chave

Pergunte para qualquer profissional de segurança cibernética e ele lhe dirá que uma das coisas mais importantes na hora de proteger informações corporativas é a conscientização do fator humano — ou seja, treinar, educar e conscientizar as pessoas para que elas entendam as ameaças existentes, saibam identificá-las e consigam não apenas se esquivar delas, mas também reportá-las para alguém de confiança que poderá ajudá-las.

Com as crianças, a mentalidade deve ser a mesma. “O que precisa estar claro é que é fundamental que pais e responsáveis saibam, cada vez mais, a respeito desses perigos e como evitá-los. O monitoramento das atividades dos filhos, sabendo que tipo de aplicativos utilizam, com quem se comunicam e quais atividades costumam realizar online é um fator que auxilia na prevenção de ataques”, recomenda o especialista da ESET.

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Isso evita que os baixinhos acabem entregando informações sigilosas sobre sua família, caiam em um golpe ou acessem conteúdos impróprios. Obviamente, ferramentas de segurança — como antivírus e apps de controle parental — são essenciais, tal como a correta configuração de perfis em redes sociais ou quaisquer outras plataformas online. Isso inclui Facebook, Instagram, TikTok, YouTube e assim por diante.

“Por fim, mas não menos importante, converse sobre esses riscos e os cuidados a serem tomados para que a navegação pela internet seja feita de forma segura e saudável. Seguindo essas dicas ao longo de todo o ano, você pode ficar mais tranquilo para aproveitar as férias com diversão e segurança junto com os pequenos”, finaliza Daniel.