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Como a Microsoft quer reinventar a segurança digital na era da IA

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Fernanda Santos / Canaltech
Fernanda Santos / Canaltech

Durante o Seattle Security Campus Tour, a Microsoft abriu as portas do seu campus em Redmond (EUA) para mostrar como inteligência artificial, dados e colaboração global estão moldando o futuro da segurança digital.

“Se você não constrói confiança enquanto inova, as pessoas não vão usar o que você cria, mesmo que seja algo incrível”, afirmou Frank X. Shaw, Diretor de Comunicação Global da Microsoft, na abertura do evento.

Shaw explicou que segurança e confiança são pilares inseparáveis da estratégia da empresa. A fala introduziu o conceito do Secure Future Initiative (SFI), programa global lançado em 2023 que orienta como a Microsoft desenvolve produtos, treina funcionários e responde a incidentes.

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“A segurança é responsabilidade de cada pessoa aqui. É algo que fazemos todos os dias, por muito tempo”, disse.

O executivo contou um caso curioso: ao publicar um teste de código no GitHub, acidentalmente expôs um token interno e, em poucos segundos, recebeu um alerta automático do próprio sistema da Microsoft. “Eu basicamente me denunciei”, brincou. O episódio ilustra o avanço da automação na detecção de falhas humanas, um dos pilares do conceito de segurança por design.

Segurança começa no código

Na sequência, Vasu Jakkal, vice-presidente corporativa de Segurança, Compliance, Identidade e Privacidade, reforçou que a Microsoft quer que a segurança deixe de ser um produto e passe a ser parte da base de tudo que a empresa faz.

A executiva explicou que, todos os dias, a empresa processa mais de 100 trilhões de sinais de segurança vindos de dispositivos, sistemas, redes corporativas e plataformas em nuvem. Essas informações alimentam modelos de IA que ajudam a prever e bloquear ataques antes que eles se tornem incidentes reais.

“Para proteger uma IA que está em todo lugar e age de forma autônoma, a segurança também precisa estar em todo lugar”, afirmou Jakkal.

A SFI, segundo ela, representa a mobilização de 34 mil engenheiros e profissionais de segurança em torno da meta de criar uma IA segura desde a concepção. Isso envolve desde o design de software até a forma como os times são treinados internamente.

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Hackeando a própria inteligência artificial

Se o discurso de Vasu Jakkal mostrou o lado estratégico, Tori Westerhoff, diretora de Operações do Red Team de IA, trouxe o olhar prático.

O time que ela lidera é responsável por “atacar” os próprios modelos de IA da Microsoft, simulando comportamentos maliciosos, injeções de prompt e vulnerabilidades em agentes generativos.

“O mais impressionante é que a IA ainda reage de formas imprevisíveis, mesmo para quem trabalha com ela todos os dias”, contou.

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Westerhoff explicou que sua equipe cria cenários multilíngues e culturais, explorando como diferentes idiomas e contextos podem induzir o sistema a respostas inesperadas. “Nosso trabalho é pensar como um atacante, mas agir como um defensor”.

Ela destacou ainda que o avanço da IA ampliou o desafio ético da segurança: “Cada vez que o modelo aprende algo novo, ele também pode aprender a errar de formas diferentes”.

O papel da IA na proteção de dados

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Encerrando o dia, Herain Oberoi, vice-presidente e gerente-geral de Segurança de Dados e IA, mostrou como a empresa está integrando as ferramentas Defender, Entra, Purview e Sentinel em uma única plataforma de defesa e colocando a inteligência artificial no centro dessa estrutura.

A ideia é criar um sistema de segurança end-to-end, que protege desde a identidade do usuário até o dado que alimenta um agente de IA. “A IA é tão boa quanto os dados que ela usa. E a segurança começa com entender quem tem acesso a quê, humanos ou agentes”, disse Oberoi.

Ele também defendeu que o futuro da segurança digital passa por um equilíbrio entre autonomia e responsabilidade humana: “Não é sobre substituir pessoas por IA, mas sobre usar IA para proteger as pessoas.”

Um novo tipo de defesa

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O Security Campus Tout reforçou a nova visão sa Microsoft: a segurança não é mais um produto, é a base da inovação. “A segurança é o que nos permite criar, inovar e viver com liberdade”, resumiu Vasu Jakkal.

A jornalista viajou para Seattle a convite da Microsoft.

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