Ciberataques e espionagem internacional são impulsionados por IA generativa
Por Lillian Sibila Dala Costa • Editado por Jones Oliveira |

Apenas de janeiro a julho deste ano, a Microsoft identificou mais de 200 casos de hackers estrangeiros usando inteligência artificial para a criação e disseminação de conteúdo falso na internet, bem como ataques mais diretos a governos. É mais do que o dobro dos casos ocorridos no mesmo período em 2024 e mais de 10 vezes o número registrado em 2023.
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O dado faz parte do Relatório Anual de Ameaças Digitais da Microsoft e mostra a evolução das táticas de espionagem e fraude em grande escala. Não se trata apenas de notícias falsas, mas grandes campanhas de desinformação e espalhamento de malwares nocivos, que afetam tanto populações quanto governos de outros países, numa tentativa de desestabilizar quem é percebido como inimigo.
Ciberataques internacionais
Segundo a Microsoft, agentes de outros países exploram gangues de cibercriminosos e hackers para automatizar e melhorar seus ataques. Um exemplo é o uso de inteligência artificial para traduzir e-mails de phishing, anteriormente mais fáceis de se identificar por conta de erros gramaticais, e que agora trazem inglês convincente nos ataques a cidadãos dos Estados Unidos e em português para os brasileiros.
Clones digitais de altos funcionários de governos também são criados, imitando seu jeito de escrever, postar e interagir na internet, o que sofistica ataques de engenharia social. A maioria das operações dos hackers nesse ramo foca na obtenção de dados confidenciais, perturbação de cadeias de abastecimento e serviços públicos essenciais e desinformação.
Alguns cibercriminosos ainda focam no lucro, roubando segredos comerciais ou aplicando ataques de ransomware. A grande maioria dos incidentes é deste último tipo, com muitos deles tendo parceria com instituições federais, como as da Rússia.
A vice-presidente de Segurança e Confiança do Cliente na Microsoft, Amy Hogan-Buney, que também foi responsável pelo relatório, afirmou que os hackers usam cada vez mais IA para atingir governos, empresas e infraestrutura crítica, como hospitais e transportes. Os EUA são o país mais visado, com segundo e terceiro lugar sendo ocupados por Israel e Ucrânia, mostrando a iniciativa de guerra híbrida.
Mesmo com evidências, nações como a russa e a chinesa negam o uso de operações cibernéticas para espionagem, desinformação e disrupção de serviços.
A Coreia do Norte, por outro lado, foi pioneira num esquema que usa IA para criar identidades falsas de cidadãos estadunidenses, o que permite aos agentes se candidatar a empregos remotos em empresas de tecnologia. Além de receber os salários de maneira fraudulenta, a iniciativa também garante acesso privilegiado para roubo de segredos comerciais e instalação de malwares.
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Fonte: Microsoft Security