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China pressionou a Amazon a excluir as avaliações do livro de Xi Jinping

Por| Editado por Claudio Yuge | 21 de Dezembro de 2021 às 13h10

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Christian Wiediger/Unsplash
Christian Wiediger/Unsplash

Sendo uma das maiores economias do mundo, a China é responsável por impulsionar os negócios de grandes empresas, no entanto, qualquer firma que deseja se estabelecer no mercado do país deve obedecer às rígidas leis estabelecidas pelo governo, e foi o que aconteceu com a Amazon.

De acordo com a Reuters, o país asiático pressionou o marketplace a apagar todos os comentários e resenhas relacionadas com o livro “Governança da China”, um resumo dos discursos e escritos do primeiro-ministro da China, Xi Jinping.

Ao acessar a Amazon.cn, o domínio do marketplace na China, não é possível visualizar resenhas ou classificações do livro. Fontes familiares com o assunto informaram à Reuters que a demanda da retirada de classificações e comentários sobre o título foi feita depois que leitores deram notas baixas e fizeram comentários negativos à publicação. "Acho que a questão era qualquer coisa abaixo de cinco estrelas", disse uma das fontes à Reuters.

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Com base em relatórios do The Post, outros livros disponíveis na Amazon do país possuem resenhas e classificações aparentes. As avaliações são consideradas uma parte fundamental do sistema da Amazon por contribuir com os algoritmos que servem para auxiliar na sugestão de produtos e na venda cruzada, uma técnica de venda usada para convencer um cliente a gastar mais comprando um produto relacionado ao que ele já comprou.

“A Amazon cumpre com todas as leis e regulamentos aplicáveis, onde quer que operemos, e a China não é exceção", disse o gigante do comércio eletrônico à Bloomberg em uma declaração. A Amazon está presente na China desde 2004, ano em que lançou o Kindle, seu leitor de e-books. No final de 2017, a China já representava o maior mercado global do leitor de livros digitais, correspondendo a 40% do market share global de vendas, segundo um documento interno de 2018 da Reuters.

Apesar de cumprir com as leis das autoridades chinesas, a empresa sediada em Seattle reconheceu os desafios que enfrenta no país em um documento interno de informação de 2018, de acordo com o relatório da Reuters.

Outras empresas, incluindo Canada Goose, Nike, Adidas e outras foram recentemente alvo do governo chinês, que está assumindo uma postura agressiva em relação às empresas que falam sobre direitos humanos e outras questões na China.

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Além delas, a Yahoo! e o LinkedIn, da Microsoft, também saíram do mercado chinês este ano, citando um ambiente de negócios e jurídico cada vez mais desafiador no país.

Fonte: Bloomberg,nypost