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Checagem de antecedentes criminais pode ajudar a reduzir golpes com Pix

Por| Editado por Claudio Yuge | 10 de Junho de 2022 às 23h00

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Canaltech (reprodução)
Canaltech (reprodução)

A checagem de antecedentes criminais pode ajudar a reduzir o número de golpes com Pix, dificultando a criação de contas falsas ou por laranjas em bancos brasileiros. A medida, aponta especialista, poderia ser uma resposta das instituições à possibilidade de o Banco Central começar a responsabilizar as instituições financeiras pela proliferação desse tipo de prática, que se tornou comum desde o lançamento das transferências instantâneas no país.

A ideia foi ventilada pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, no final de maio. Segundo ele, falando em Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, o órgão tem feito o possível para coibir os crimes e deseja garantir que os bancos também façam o mesmo. No caso de fraude usando Pix que tenha o envolvimento de uma conta de laranja, a instituição financeira pode ser penalizada, apesar de o órgão não ter revelado exatamente como isso vai acontecer e a partir de quando uma medida desse tipo pode começar a valer.

A incidência de golpes por meio do Pix também está fazendo aumentar os números de outros crimes, muitos envolvendo violência. É o caso do crescimento de 40% nos casos de sequestro-relâmpago apenas na cidade de São Paulo (SP), de acordo com levantamento da 1ª Delegacia Antissequestro da capital paulista. O que antes envolvia uma visita ao banco com a vítima sob ameaça, agora é feito pelo celular, com sucessivas transferências de dinheiro para contas sob o controle dos criminosos.

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“A checagem de antecedentes permite que os dados de abertura de conta sejam checados antes de utilizados com movimentações bancárias. Como os bancos costumam oferecer um processo cada vez mais rápido de abertura, cuidados são necessários para minimizar [a prática]”, explica Marcus Cairrão, CEO da IAUDIT Tecnologia, empresa especializada em verificações desse tipo. Ele aponta as mudanças burocráticas e financeiras que devem acompanhar a determinação do Banco Central e deverão ser atendidas pelas instituições.

O especialista afirma que uma verificação de antecedentes poderia ser feita de forma massificada, de forma que o banco não tivesse acesso diretamente aos dados dos clientes, mas sim, recebendo um positivo ou negativo para a abertura de uma conta. Esse processo poderia ser aplicado por meio de APIs e funcionar a partir de plataformas de clientes, colaboradores, parceiros e fornecedores, armazenando também os não aceites para caso de novas tentativas por parte dos criminosos.

Por outro lado, Cairrão aponta um complicador no caso em que os laranjas também são, por si só, vítimas dos bandidos. “Diversos golpes visam roubar dados de inocentes e abrir contas sem consentimento, o que dificulta o trabalho dos bancos e as checagens, já que as informações podem não apresentar inconsistências”, completa.

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Como evitar que seus dados sejam usados para abrir contas bancárias

O especialista recomenda atenção aos cidadãos, principalmente diante de mensagens, links ou ligações que solicitem informações pessoais. Cuidados no uso de aplicativos e sites também ajuda a manter os dados e acessos a sistemas bancários seguros, enquanto antivírus detectam golpes mais comuns e atualizações de sistemas fecham vulnerabilidades conhecidas que podem ser usadas em ataques.

Mensagens que solicitem ajuda financeira em nomes de parentes ou conhecidos, por exemplo, devem ser checadas antes da realização de qualquer transferência bancárias, já que este é um método comum de golpes por meio do Pix. Além disso, Cairrão recomenda o uso de biometria e pastas seguras para colocação de aplicativos financeiros, de forma que verificações extras sejam necessárias antes de acesso, protegendo tais soluções em caso de roubo ou perda do smartphone.