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Biometria é para sempre: riscos, mitos e verdades sobre o uso do rosto e digital

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Divulgação/Canva
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Você já usou sua digital para desbloquear o celular? Ou teve o rosto escaneado para entrar em um prédio ou fazer um pagamento? Esses são exemplos comuns do uso da biometria no nosso dia a dia e, embora pareçam inofensivos, esses dados estão entre os mais sensíveis que você pode fornecer.

Em entrevista ao Podcast Canaltech, Marta Schuh, Diretora de Cyber & Tech Insurance da Howden Brasil, alerta: “a biometria é única. Se vazar, não tem como trocar.” Ela explica por que esse tipo de dado merece atenção redobrada e quais são os perigos, muitos deles ainda desconhecidos pela maioria das pessoas.

O que são dados biométricos e por que são tão sensíveis?

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Diferente do nome ou CPF, que podem ser substituídos ou bloqueados, os dados biométricos identificam características únicas e permanentes do corpo humano, como a íris, o rosto, a voz e as impressões digitais. “Antes usados apenas em investigações criminais, hoje esses dados estão por toda parte”, explica Marta.

Segundo ela, o problema é que, em caso de vazamento, essas informações não podem ser trocadas como uma senha. “Se alguém tiver sua biometria, pode abrir contas falsas, cometer fraudes e usar sua identidade sem você saber.”

Deepfakes e IA: uma combinação perigosa

Com o avanço da Inteligência Artificial e das tecnologias de deepfake, ficou mais fácil falsificar rostos e vozes, o que torna a biometria ainda mais vulnerável.

“Hoje já existem vídeos de artistas como a Anitta ‘brigando com ela mesma’, gerados por IA. Isso já está acontecendo. Não é ficção científica”, afirma Marta. Ela alerta que o próximo passo são golpes com vídeos e áudios extremamente convincentes, imitando expressões, tons de voz e até pausas naturais na fala.

WorldID e a promessa da identidade global

Marta também comenta sobre o WorldID, projeto que pretende usar biometria para criar uma identidade digital global. “A ideia é bonita: você não precisaria mais de documentos físicos. Sua íris, por exemplo, validaria sua identidade em qualquer lugar do mundo”, diz.

Mas ela ressalta: “Antes de qualquer implementação, é preciso preparar a população e garantir que os dados estejam protegidos. Não é uma tecnologia qualquer, é extremamente invasiva.”

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Seus dados podem estar sendo coletados sem você saber

Sabe aquele momento em que pedem seu rosto ou digital para entrar em um hospital, prédio ou clínica estética? Segundo a especialista, você pode recusar. “A biometria só pode ser coletada se for a única forma viável de identificar alguém. RG e CNH são válidos, e você tem o direito de escolher”, afirma.

Além disso, você pode exigir a exclusão desses dados caso eles já tenham sido coletados, conforme previsto na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

Biometria e segurança

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De nada adianta investir milhões em sistemas se os funcionários não forem educados sobre os riscos. “80% dos incidentes vêm de usuários. É como ter um castelo com muralhas enormes, mas alguém lá dentro abre a porta para o invasor”, alerta Marta.

Para ela, educação digital prática, voltada ao dia a dia das pessoas, é o único caminho para lidar com essa nova realidade. E isso vale tanto para empresas quanto para o consumidor comum.

Em resumo:

Biometria é dado sensível, e vazamentos são irreversíveis.
Deepfakes e IA aumentam os riscos de fraude.
Você pode recusar a coleta biométrica em estabelecimentos.
Empresas precisam investir em cultura, não só tecnologia.
O uso consciente começa com informação.

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Proteja seus dados. Questione. E nunca entregue sua biometria sem entender o motivo.

🎧 Ouça a entrevista completa com Marta Schuh no Podcast Canaltech e entenda como a biometria está mudando nossa forma de viver e os cuidados que precisamos ter com isso.