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App de gravar tela instalava vírus espião no smartphone Android

Por  • Editado por Wallace Moté | 

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Divulgação/Kaspersky
Divulgação/Kaspersky

Um aplicativo de gravar tela para o Android se tornou malicioso após receber uma atualização, ganhando capacidades de roubar gravações e arquivos do usuário. O app que estava disponível na Google Play Store e foi retirado do ar após a descoberta do perigo chegou a acumular mais de 50 mil downloads pela funcionalidade simples de registrar o que acontece na tela do smartphone.

Nos bastidores, porém, o iRecorder - Screen Recorder passou a rodar um trojan de acesso remoto a partir de sua atualização 1.3.8, liberada em agosto de 2022. O malware conhecido como AhRat é uma variação de outro vírus já conhecido, o AhMyth, e seria parte de uma campanha de espionagem, conforme indicado pelas funcionalidades da própria aplicação.

Além de desviar as gravações de tela para servidores controlados pelos criminosos, a praga também era capaz de ativar o microfone para ouvir o que acontece nos arredores sem a permissão do usuário. Enquanto isso, os arquivos disponíveis no celular eram varridos em busca de formatos específicos, que, se encontrados, também eram enviados aos bandidos.

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Uma das hipóteses levantadas pela ESET, empresa de segurança que localizou o aplicativo malicioso na loja oficial do Google, é de que esta seja uma operação premeditada. A ideia seria criar uma base de usuários a partir de um software legítimo que, mais tarde, receberia suas capacidades de espionagem. Entretanto, outro caminho possível é o de comprometimento da cadeia de suprimentos do próprio desenvolvedor, que também fornece outros apps na Play Store e outros marketplaces, sem funcionalidades maliciosas.

Por outro lado, chamou a atenção dos especialistas o nível de especialização do AhRat, que conta com elementos de furtividade e também uma integração bem-feita com o código do próprio iRecorder, de forma a não levantar suspeitas. A variante encontrada no app de gravação de tela é única, segundo a ESET, mas outras modificações do código original do AhMyth vêm sendo vistas em infecções de celulares Android desde 2019.

Faça uma checagem de segurança no Android

A desinstalação imediata do iRecorder - Screen Recording é a principal medida de segurança indicada, mas não a única. O software já foi retirado da Google Play Store, mas quem o baixou e o manteve atualizado a partir de agosto de 2022 ainda pode estar em risco; remover o app, entretanto, impede que ele continue tendo acesso a arquivos.

Isso também vale para um recurso de segurança introduzido a partir do Android 11, que revoga as permissões de softwares pouco usados. Sem elas, o malware não seria capaz de agir, o que pode ter garantido a proteção de alguns usuários que tinham a praga instalada no aparelho, mas não a utilizavam com frequência.

Ainda assim, é importante realizar uma checagem de segurança no smartphone Android, rodando softwares antivírus e outras plataformas de segurança em busca de problemas. Na hora de baixar apps, os usuários também devem preferir soluções reconhecidas e de desenvolvedores certificados, que tenham reputação no mercado; realizar pesquisas online e buscar por análises das soluções ou registros de problemas de segurança pode ajudar nessa opção.

Use sempre lojas oficiais de seu sistema operacional ou fabricante para realizar o download de apps e fique atento às permissões solicitadas, tentando imaginar se elas fazem sentido com a funcionalidade do software. Caso desconfie, interrompa o uso, apague a aplicação e dê preferência àquelas de desenvolvedores conhecidos.

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Fonte: ESET