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Vírus Marburg: tudo o que você precisa saber sobre os surtos

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Pressmaster/Envato Elements
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) acompanha dois surtos provocados pelo vírus Marburg no continente africano. O curioso é que as epidemias aparentemente não apresentam uma conexão direta, já que as nações não são vizinhas. Por outro lado, o mundo globalizado e as constantes viagens encurtam as distâncias, o que favorece a transmissão de patógenos perigosos, como este.

Embora os casos do vírus Marburg tenham viralizado nas redes sociais e surtos anteriores da doença conhecida por ser altamente mortal já tenham ocorrido, é inegável que este tipo de febre hemorrágica — nunca registrada no Brasil — levante dúvidas, provoque incertezas e cause inúmeras confusões.

A seguir, descubra a resposta para sete perguntas comuns sobre o vírus Marburg, um parente do Ebola, baseadas nas diretrizes e recomendações da OMS:

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Onde existem surtos do vírus Marburg hoje no mundo?

No momento, a OMS acompanha dois surtos em andamento na África, sendo que um ocorre na Guiné Equatorial e o outro se dá na Tanzânia. Por enquanto, nenhum outro país registrou casos da infecção pelo vírus Marburg neste ano, fora ou dentro do continente.

O mais antigo deles é o da Guiné Equatorial, confirmado no final de fevereiro. Até o dia 21 de março, foram contabilizados nove casos confirmados e 20 prováveis. Somando os dois grupos, são 27 mortos. A doença está espalhada por diferentes regiões do país.

Na última semana, a Tanzânia também anunciou que enfrenta um surto da febre hemorrágica viral. Por lá, são oito casos, sendo cinco mortos. Entre os pacientes que faleceram, está um profissional de saúde.

Quando o vírus foi descoberto pela primeira vez?

Embora os atuais surtos da doença zoonótica — aquela que é transmitida de animais para humanos num primeiro momento, como os morcegos Rousettus aegyptiacus — estejam concentrados na África, a origem do vírus Marburg aponta para a Europa.

Segundo a OMS, os primeiros casos foram identificados em 1967, após surtos simultâneos nas cidades de Marburg e Frankfurt, na Alemanha, e em Belgrado, na Sérvia. Desde então, sabe-se que, após o vírus chegar até um humano, ele pode ser transmitido entre pessoas.

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Por que o vírus Marburg é tão perigoso?

Basicamente, o maior risco da doença é a elevada mortalidade. “A doença do vírus Marburg é extremamente mortal e altamente contagiosa ao entrar em contato direto com uma pessoa infectada”, explica Leana Wen, médica e professora da Universidade George Washington, para a CNN.

A partir de surtos anteriores, a OMS estima que a letalidade seja de até 88%, mas isso depende de inúmeros fatores, como o acesso ao atendimento médico adequado. Dessa forma, em alguns locais, essa mesma taxa pode cair para 24%. Segundo Wen, é consenso pensar na média de algo como 55%. Isso significa que metade dos infectados pode morrer.

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Como o agente infeccioso é transmitido?

Aqui, uma “boa notícia” relacionada ao vírus Marburg é que ele não pode ser transmitido pelo ar, o que limita significativamente sua disseminação. Se tem dúvidas, basta pensar em como a gripe (influenza) ou a covid-19 são facilmente transmitidas. Ambas são conhecidas por já terem provocado pandemias.

Voltando para o Marburg, o agente infeccioso se dissemina através do contato do vírus com pele que apresenta lesões ou por mucosas. Afinal, o vírus pode estar no sangue, secreções e outros fluidos corporais de pessoas infectadas. Outro problema é que pode ser transmitido através de superfícies contaminadas, como roupas de cama e objetos pessoais.

Quais são os sintomas da doença?

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Nos primeiros dias da infecção, a pessoa não apresenta sintoma nenhum. O período estimado de incubação do vírus Marburg é de 21 dias. Após esse período, os sintomas começam abruptamente, sendo mais comum sentir:

  • Febre alta;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Mal-estar intenso.

Após o terceiro dia da manifestação dos primeiros sintomas, a OMS alerta para uma nova leva de complicações, como:

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  • Diarreia intensa;
  • Dor abdominal e cólicas;
  • Náuseas e vômitos.

Agora, os primeiros sinais de hemorragia tendem a surgir entre o quinto e sétimo dia. Neste momento, as pessoas podem apresentar sangramentos por múltiplos orifícios, como nariz, gengivas e olhos, além dos sangramentos internos. Estes podem ser observados no vômito, nas fezes e na urina. Inclusive, a perda de sangue pode ser uma das responsáveis pela morte, além da infecção em si.

Como diagnosticar uma pessoa infectada pelo vírus Marburg?

Inicialmente, distinguir um caso de febre hemorrágica causada pelo Marburg de outras é muito difícil, já que elas praticamente compartilham os mesmos sintomas clínicos, segundo a OMS. Entre elas estão: Ebola, malária, febre tifoide e até leptospirose.

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Tendo isso em mente, um quadro só é oficialmente confirmado quando são coletadas amostras do paciente para a realização de um exame do tipo RT-PCR. Quando o teste, considerado padrão-ouro, não está disponível, é possível realizar testes de sangue em busca de antígenos ou ainda o isolamento de vírus por cultura de células.

Existe vacina ou tratamento contra o Marburg?

No momento, não existe nenhuma vacina ou tratamento antiviral para pacientes infectados pelo vírus Marburg — o cenário é diferente para vírus semelhantes, como o Ebola. Por outro lado, o indivíduo deve receber remédios que aliviem os sintomas e, caso necessário, transfusões de sangue. Durante todo o período, manter o corpo hidratado é fundamental.

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Hoje, “uma variedade de tratamentos potenciais está sendo avaliada, incluindo hemoderivados, terapias imunológicas e terapias medicamentosas”, avisa a OMS sobre as potenciais terapias que podem fazer com que o vírus se torne menos mortal.

Fonte: OMS e CNN