Vírus Marburg: OMS declara novo surto na Tanzânia com 5 mortes
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |

Após a confirmação do surto na Guiné Equatorial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou, na terça-feira (21), a existência de uma nova epidemia do vírus Marburg, da mesma família do Ebola, no continente africano. Desta vez, casos do agente infeccioso conhecido por sua alta mortalidade, que é de até 88%, foram confirmados na Tanzânia. Já são cinco óbitos em decorrência da febre hemorrágica.
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No momento, o surto do vírus Marburg está restrito à região de Kagera, no noroeste da Tanzânia. No local, oito pacientes foram oficialmente diagnosticados com este tipo de febre hemorrágica, apresentando febre, vômito, sangramento e insuficiência renal, segundo o Laboratório Nacional de Saúde Pública.
Do total de pacientes confirmados com o vírus Marburg na Tanzânia, cinco mortes foram confirmadas. Os outros três ainda estão em tratamento e recebem acompanhamento médico, segundo a última atualização da OMS. Além deles, 161 contatos próximos — pessoas que tiveram contato com os doentes — foram identificados e são monitorados pelos agentes de saúde.
Como a Tanzânia vai controlar o surto do vírus Marburg?
Para conter a disseminação do vírus bastante letal, a OMS trabalha de forma conjunta com o Ministério da Saúde da Tanzânia. Neste momento, uma equipe de emergência foi enviada para o local e será responsável por realizar investigações epidemiológicas sobre a origem do surto do Marburg. Em paralelo, uma busca ativa por possíveis casos da febre hemorrágica é iniciada.
“Estamos trabalhando com o governo para ampliar rapidamente as medidas de controle para deter a propagação do vírus Marburg e acabar com o surto o mais rápido possível”, comenta Matshidiso Moeti, diretor regional da OMS para a África.
Surto do vírus Marburg na Guiné Equatorial está relacionado com o da Tanzânia?
Até o momento, a OMS não conecta os dois surtos do vírus Marburg registrados no continente africano, embora a origem ainda não tenha sido definida. Entre os fatores que ajudam descartar a conexão está o fato de que as duas nações estão distantes geograficamente. Dimensionando a questão geográfica, o litoral da Guiné dá para o Oceano Atlântico, enquanto o da Tanzânia está voltado para o Oceano Índico.
Apesar disso, no final de fevereiro, a OMS alertou para o risco de disseminação do vírus Marburg para além do local de origem, já que os especialistas da organização entendem que a capacidade da Guiné Equatorial em gerir o surto foi "insuficiente". A probabilidade de disseminação da febre hemorrágica era classificada como alta apenas internamente. Este risco era moderado para as outras nações africanas.
Fonte: OMS