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Vírus geneticamente modificado pode combater câncer de pâncreas, diz estudo

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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 GiovanniCancemi/Envato
GiovanniCancemi/Envato

Uma equipe de cientistas espanhóis desenvolveu um vírus geneticamente modificado que pode combater o câncer de pâncreas avançado. Tal agente infeccioso é conhecido como um vírus oncolítico. Na primeira fase do estudo com voluntários humanos, a estratégia de terapia demonstrou ser segura e promissora no combate a este tipo de tumor.

Publicado na revista científica Journal of ImmunoTherapy of Cancer, o estudo sobre o uso de vírus geneticamente modificados foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Biomédica de Bellvitge (Idibell) e do Instituto Catalão de Oncologia (ICO), ambos na Espanha.

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"O tratamento com VCN-01 [nome oficial dos vírus] é viável e tem uma segurança aceitável", explicam os autores do estudo. Agora, é necessário verificar a eficácia do tratamento contra o câncer de pâncreas em novas etapas dos estudos clínicos.

Como funciona o vírus geneticamente modificado?

Vale explicar que os vírus oncolíticos são agentes infecciosos geneticamente modificados para reconhecer e atacar células tumorais. Este é um tipo de imunoterapia inovadora com histórico já consolidado no tratamento de alguns tipos de câncer, mas adaptá-lo era um desafio contra os tumores no pâncreas.

Isso porque, quando o câncer já está em fase de metástase, é necessário que o vírus seja disseminado por todo o organismo do paciente. Nesses casos, o uso da terapia é limitada, já que a a filtragem no fígado e do baço podem reduzir a capacidade de atuação do vírus. Além disso, a disseminação generalizada pode gerar efeitos colaterais indesejados.

Criado em parceria com a startup VCN Biosciences, o vírus VCN-01 carrega duas importantes modificações genéticas. Em primeiro lugar, ele expressa uma proteína que impede que o vírus seja retido no fígado e o direciona para o tumor. Outra vantagem é uma mutação que o faz ser "atraído" pelo tumor e que acaba ajudando o sistema imunológico na defesa do organismo.

Futuro da pesquisa contra o câncer de pâncreas

Atualmente, o prognóstico — desenvolvimento de um quadro — para pacientes com câncer de pâncreas avançado é bastante limitado. Segundo os autores do estudo, a sobrevida média é inferior a um ano. Nesse sentido, são necessárias novas alternativas, como os vírus geneticamente modificados.

"Os dados obtidos neste ensaio clínico mostram a segurança e o potencial da imunoterapia com o vírus VCN-01", explica Ramón Salazar, um dos autores do estudo, em comunicado. "Esses dados já foram revisados ​​e se espera que um ensaio clínico de Fase 2, com o mesmo vírus, comece durante o segundo semestre de 2022”, completa.

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Fonte: Journal of ImmunoTherapy of Cancer e Idibell