Ventilador pulmonar da USP começa a ser usado para tratamento da COVID-19 em SP
Por Fidel Forato |

A partir desta quinta-feira (16), pacientes do novo coronavírus (SARS-CoV-2) poderão contar com o auxílio de tecnologia nacional para o tratamento. É porque o ventilador pulmonar emergencial Inspire, desenvolvido pela Escola Politécnica da USP, será usado em casos graves e de média complexidade da COVID-19, por enquanto, no Instituto do Coração do HC (Hospital das Clínicas), na cidade de São Paulo.
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“É um grande dia para a ciência brasileira. Um grande anúncio que parte da USP, a melhor do país e da América Latina”, declarou o governador de São Paulo, João Doria, em coletiva de imprensa, ontem (15), sobre o equipamento fundamental para a recuperação de pacientes na UTI por causa da infecção respiratória.
“Estes equipamentos demonstram a capacidade dos pesquisadores, professores e alunos que desenvolveram em apenas quatro meses e a um baixíssimo custo a produção de respiradores. Ainda em pequena escala, mas que ao longo do tempo e gradualmente ganhará condições mercadológicas”, completa Doria.
Alta demanda do projeto
Para as internações de pacientes com sintomas graves da COVID-19, os ventiladores pulmonares são um dos principais equipamentos à disposição dos médicos para a melhora do quadro clínico, marcado pela falta de ar. No entanto, conseguir essa ajuda não é tão simples, já que a COVID-19 mantém pacientes durante vários dias (até mesmo semanas) internados, sendo que o número de respiradores é limitado, caro e de difícil importação.
Desenvolvido em um prazo de quatro meses por uma equipe de 200 pesquisadores, o Projeto Inspire, coordenado pelos professores Raúl Gonzalez Lima e Marcelo Knörich Zuffo, trabalhou o desenvolvimento e a produção de respiradores pulmonar a um custo reduzido com tecnologia majoritariamente brasileira. Para ilustrar melhor, cada aparelho tem seu preço estimado entre R$ 5 mil e R$ 10 mil.
No cenário da pandemia, o projeto oferece uma alternativa para suprir a alta demanda hospitalar. Além disso, esse novo modelo pode ser usado tanto em casos de média complexidade como nas ocorrências de infecção por coronavírus que exigem terapia intensiva na UTI.
Agora, um estudo clínico aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa liberou o uso de dez ventiladores para atendimento a 40 pacientes no hospital de São Paulo. Enquanto isso, a USP está cumprindo as exigências finais da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a produção dos aparelhos em larga escala. Inclusive, uma parceria entre o governo paulista e a Marinha prevê a produção de dez a 20 equipamentos por dia.
Fonte: Governo de São Paulo e Agência Brasil