Vacinas reduzem hospitalizações por COVID-19 em 80% no Reino Unido
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 02 de Março de 2021 às 15h45
A luta contra a COVID-19 deu um passo a mais quando as vacinas finalmente passaram a acontecer em inúmeros países. Um deles é o Reino Unido, responsável inclusive pelo imunizante Covishield, da Universidade de Oxford em parceria com a biofarmacêutica AstraZeneca. Na última segunda-feira (1), agência do Departamento de Saúde do país em questão, Public Health England (PHE), anunciou que a vacina reduz em mais de 80% as chances de hospitalização por COVID-19 de idosos com 80 anos ou mais.
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O governo do Reino Unido observou uma proteção superior a 80% num período de três a quatro semanas após a aplicação da primeira dose do imunizante, considerando não apenas o da AstraZeneca, mas também o da Pfizer/BioNTech. Ainda assim, os especialistas da infectologia alegam que a administração da segunda dose é desejável para garantir a maior proteção possível.
Para chegar a essa informação, os pesquisadores britânicos analisaram adultos acima de 70 anos. Essa análise, por sua vez, ainda não foi publicado em uma revista científica, e não foi revisada por pares (o que significa que ainda não passou por uma avaliação do conteúdo por cientistas independentes).
O ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, trouxe à tona a sua satisação diante dos resultados divulgados pela agência. "Eles podem explicar por que o número de internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) entre pessoas com mais de 80 anos no Reino Unido caíram significativamente nas últimas semanas", declarou.
Em paralelo, Mary Ramsay, chefe de imunizações da Public Health England, ressaltou a existência de evidências crescentes de que as vacinas estão conseguindo reduzir infecções e salvar vidas. "Embora ainda haja muito mais dados a acompanhar, o que vemos é encorajador e nos deixa cada vez mais confiantes de que as vacinas estão fazendo uma diferença concreta", apontou.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já hegou a aprovar o registro da vacina da Pfizer, mas mesmo assim o governo federal não fez contrato algum para compra do imunizante. Enquanto isso, a vacina de Oxford está sendo produzida em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, com alguns lotes já adquiridos.
E por falar nisso, aqui no Canaltech já fizemos um especial tirando dúvidas sobre a vacina da AstraZeneca com um infectologista. Na ocasião, o médico esclareceu que a vacina em questão "utiliza um vírus inativado, o adenovírus, como vetor de parte do material genético do SARS-CoV-2, que produz a proteína que gera a resposta imune", e que "a única contra-indicação absoluta é ter história de alergia grave a um dos componentes da vacina. Há outras situações que devem ser avaliadas caso a caso, como gestação, amamentação e imunossupressão", além de várias outras informações.