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Vacinas contra covid não têm relação com mortes, revela novo estudo dos EUA

Por| Editado por Luciana Zaramela | 08 de Março de 2022 às 15h24

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Gstockstudio/Envato Elements
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Vacinas contra a covid-19 são seguras e não foram associadas a um maior risco de óbito, segundo dados do sistema de saúde dos Estados Unidos. O levantamento analisou os efeitos adversos relatados nos seis primeiros meses da campanha de imunização contra o coronavírus SARS-CoV-2. Neste período, eram adotadas fórmulas com mRNA (RNA mensageiro), como a da Pfizer e da Moderna.

Publicado na revista científica The Lancet, o estudo sobre os efeitos adversos da vacinação contra a covid-19 foi desenvolvido por pesquisadores do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do país. Na pesquisa, a equipe de cientistas concluiu que 92% dos efeitos colaterais relatados após as vacinas Pfizer e Moderna eram leves, como dor no local da injeção. Em outras palavras, os produtos são seguros para o uso, como já se sabia a partir de estudos clínicos.

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"Dados de segurança de mais de 298 milhões de doses da vacina de mRNA contra a covid-19 administradas nos primeiros 6 meses do programa de vacinação dos EUA mostram que a maioria dos eventos adversos relatados foi leve e de curta duração", afirmam os autores.

“[É] reconfortante que as reações de ambas as vacinas de mRNA sejam, geralmente, leves e diminuam após um ou dois dias, confirmando relatórios de ensaios clínicos e monitoramento pós-autorização”, comenta Tom Shimabukuro, um dos autores da pesquisa e membro do CDC, para a BBC.

Entenda a pesquisa

No estudo, os pesquisadores incluíram notificações de dois sistemas de controle dos efeitos adversos da vacina dos EUA, coletadas entre 14 de dezembro de 2020 a 14 de junho de 2021:

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  • Vaccine Adverse Event Reporting System (VAERS): administrado pelo CDC e pela Food and Drug Administration (FDA), o sistema permite a inclusão de relatos de qualquer possível efeito colateral da vacinação e é aberto para o público e para profissionais da saúde;
  • V-safe: um sistema de notificação mais informal, onde os indivíduos podem preencher uma pesquisa sobre efeitos aversos através do smartphone.

"Nosso objetivo foi revisar os dados VAERS e v-safe durante os primeiros 6 meses do programa de vacinação dos EUA, quando mais de 298 milhões de doses de vacinas de mRNA contra a covid-19 foram administradas, para melhor caracterizar o perfil de segurança das vacinas de mRNA", detalham os autores do estudo.

Vacina não impacta incidência de mortes na população

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Durante o período analisado, a equipe de pesquisadores apontou que 340.522 notificações de efeitos adversos foram registradas, independente da gravidade. Desse total, 92,1% (313 mil) não eram graves, 6,6% (22,5 mil) foram graves e 1,3% (4,4 mil) resultaram em óbito.

No entanto, as notificações não significam obrigatoriamente que o indivíduo teve a complicação após a aplicação da vacina contra a covid-19. Isso porque os sistemas monitoram complicações no período pós-vacina, o que pode incluir outros tipos de óbitos sem relação com o imunizante, como atropelamentos ou efeito de alguma doença terminal, como câncer em estágio avançado.

Na pesquisa dos CDC, os cientistas não investigaram cada uma das reações e nem buscaram por associações (ou não) que conectassem o efeito adverso ao imunizante contra a covid-19, buscando uma relação causal. Dessa forma, os números de óbitos podem ser estatisticamente ainda menores. Por outro lado, é possível que ocorra uma subnotificação dos casos, já que esta é uma vigilância passiva.

Independente das duas variáveis, "não encontramos padrões incomuns na causa da morte entre as notificações de óbito recebidas", explicam os autores do estudo. "Semelhante à mortalidade geral na população adulta, as taxas de notificação de mortes nesta análise elevaram com o aumento da idade", apontam.

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Segundo os autores, "a predominância de doença cardíaca como causa de morte relatada ao VAERS justifica monitoramento e avaliação contínuos, mas pode ser motivada por causas não específicas, como parada cardíaca", completam.

Fonte: The Lancet e BBC