Vacina Sputnik V "também tem 90% de eficácia", diz Rússia
Por Nathan Vieira |
A corrida das vacinas segue a todo vapor, e com isso, algumas das candidatas já estão na fase de testar a eficácia dos imunizantes. É o caso, por exemplo, da candidata produzida pela farmacêutica norte-americana Pfizer, junto à alemã BioNTech. Nesta segunda-feira (9), as empresas anunciaram eficácia de mais de 90% na prevenção da infecção, de acordo com os dados iniciais do estudo clínico de fase 3. Depois que esse anúncio foi feito, Oksana Drapkina, diretora de um instituto de pesquisa do Ministério da Saúde, anunciou que a candidata russa Sputnik V também é mais de 90% eficaz.
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Segundo Drapkina, esses dados foram obtidos por meio das vacinações referentes a um ensaio ainda em andamento. “Somos responsáveis por monitorar a eficácia da vacina Sputnik V entre os cidadãos que a receberam como parte do programa de vacinação em massa. Com base em nossas observações, sua eficácia também é superior a 90%. O aparecimento de outra vacina eficaz é uma boa notícia para todos”, disse a diretora, durante comunicado.
Na fórmula da Sputnik V são utilizados dois adenovírus humanos, o Ad26 e o Ad5, ambos conhecidos por causar o resfriado comum. Como uma parte da população já pode ter contraído essas infecções, a imunidade do composto pode ser reduzida. Entretanto, isso só será claro com a análise dos resultados da fase 3 da pesquisa.
A vacina foi desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, em Moscou, com a promessa do presidente Vladmir Putin de ser uma fórmula segura e efetiva. Segundo ele, uma de suas filhas já havia recebido uma dose. Até o momento, no entanto, a vacina ainda não começou a ser comercializada.
Nesta segunda-feira, Alexander Gintsburg, diretor do Instituto Gamaleya de Moscou, disse que recebeu a notícia da Pfizer. “Em um futuro próximo, esperamos publicar os resultados provisórios do ensaio pós-registro da vacina Sputnik V, os chamados ensaios de Fase 3. Tenho certeza que seu nível de eficácia também será alto”, disse.
A Rússia está se preparando para publicar os resultados preliminares de um ensaio em larga escala com voluntários humanos, conhecido como Fase 3, neste mês. O país está testando a vacina em 40.000 pessoas, todas em Moscou. Segundo o coronograma russo para a distribuição dos imunizantes, a partir de janeiro devem ser enviadas as primeiras remessas com as doses das vacinas para países da América Latina. Em 2021, o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) espera produzir 1,2 bilhão de doses da Sputnik V, sendo 230 milhões somente para a América Latina — o que inclui o Brasil.
Fonte: Reuters