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Vacina contra câncer apresenta resultados favoráveis em testes com ratos

Por| 14 de Dezembro de 2020 às 19h40

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Tibor Janosi Mozes/Pixabay
Tibor Janosi Mozes/Pixabay

O tratamento e o combate ao câncer ainda são alguns dos maiores alvos de médicos e cientistas, que buscam formas eficazes de evitar o surgimento de novos casos e tratar pacientes que já sofrem com a doença. Recentemente, uma equipe de pesquisadores apresentou uma evolução nessas pesquisas, desenvolvendo uma vacina que já se mostrou potente em testes com ratos.

O tratamento em questão é uma injeção que combina, em uma só, a quimioterapia, que tem o objetivo de matar as células cancerígenas e impedir que elas cresçam, e a imunoterapia, que tem a tarefa de mobilizar o sistema imunológico do paciente para que ele mire nas células neoplásicas. Ambos têm seus efeitos colaterais que, infelizmente, não são nada agradáveis, como cansaço, perda de cabelos, náusea e boca seca, mas com ambos os tratamentos combinados, os cientistas acreditam que o paciente possa obter "o melhor dos dois mundos".

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A pesquisa é o resultado de um estudo que já dura mais de 10 anos, tendo seu início ainda em 2009 sob a liderança do especialista David Mooney. A vacina apresentou resultados positivos em testes com ratos combinando antígenos associados a um tipo de tumor, e foi responsável por promover a resposta imune dos animais, com adjuvantes, que aprimoram a eficácia imunológica.

Não é para todo tipo de tumor

Um grande empecilho do uso da vacina, segundo os pesquisadores, é o alto custo e a grande quantidade de tempo que seria necessária para coletar os antígenos de um tumor ou para identificar os antígenos através do sequenciamento genético. "Atualmente, temos uma pequena biblioteca de antígenos para poucas linhas de células tumorais bem específicas, e é difícil prever quais podem criar uma resposta imune eficaz", conta Alex Najibi, um dos líderes do estudo.

O estudo também acrescentou um terceiro componente na vacina: uma sequência bacteriana sintética. Segundo estudos anteriores, ela ajuda a melhorar a resposta imunológica do organismo, e nos ratos reduziu ainda mais o crescimento dos tumores e aumentou as expectativas de vida. Porém, os três componentes juntos aumentaram ainda a síntese da proteína PD-L1, usada por tumores para evitar a sua detecção pelo sistema imunológico, na superfície dos tumores, gerando uma espécie de camuflagem.

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Foi quando foi acrescentado à vacina um inibidor anti-PD-1, que bloqueia a evasão do tumor no sistema imunológico, apresentando, então, resultados melhores. Os ratos tiveram seus tumores reduzidos significativamente, recebendo 13 dias a mais de sobrevivência em comparação aos que não foram tratados e 12 dias para os que receberam tratamento apenas com o anti-PD-1.

A vacina, agora, continuará sendo otimizada para o tratamento de diversos tipos de câncer difíceis de serem tratados, e, futurament,e os testes serão conduzidos em humanos.

Fonte: Medical News Today