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Vacina BCG pode ajudar idosos contra COVID-19, aponta estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 09 de Agosto de 2021 às 10h40

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Rido81/Envato Elements
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Na busca por tratamento paralelos contra o coronavírus SARS-CoV-2, uma equipe de pesquisadores indianos verificou que a vacina BCG — composta pelo bacilo de Calmette-Guérin — pode desencadear alguma proteção em idosos contra a COVID-19. No estudo, participaram membros do Instituto Nacional de Pesquisa em Tuberculose (CMR) e do Instituto Nacional de Epidemiologia (ICMR).

No estudo publicado na revista Science Advances, os pesquisadores defendem que a vacina BCG pode funcionar como uma possível medida preventiva contra o SARS-CoV-2 em idosos. Isso porque o imunizante poderia diminuir o potencial inflamatório do organismo destes indivíduos, segundo as descobertas do grupo de cientistas.

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Entenda a vacina BCG

Vale lembrar que esta vacina é composta pelo bacilo de Calmette-Guérin (BCG), que é obtido a partir do enfraquecimento (atenuação) de uma das bactérias responsáveis por causar a tuberculose. Quando o organismo entra em contato com a fórmula do imunizante, ele deve produzir anticorpos contra o agente infeccioso, protegendo o indivíduo de um contato futuro.

No mundo todo, a vacina BCG é adotada para prevenir casos de tuberculose, mais especificamente suas formas mais graves, como meningite tuberculosa e tuberculose miliar. Inclusive, o imunizante está disponível, de forma gratuita, no Sistema Único de Saúde (SUS) e é também obrigatório para recém-nascidos no Brasil.

Mesmo que a vacina tenha sido desenvolvida, especificamente, contra a tuberculose, é consenso que crianças vacinadas com BCG sofrem menos de outras doenças respiratórias. Agora, a pesquisa indiana observa algo semelhante sobre este efeito protetor, mas em pessoas com mais de 60 anos.

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Estudo indiano com o imunizante

Conforme as pessoas envelhecem, elas tendem a desenvolver inflamação crônica de baixo grau. Em consequência dessa condição, elas podem se tornar mais suscetíveis a alguns tipos de doenças. Por exemplo, esse maior nível de inflamação pode ser um dos fatores que tornam os idosos um dos grupos de risco para a COVID-19, ou seja, tenham maior possibilidade de óbito com a infecção.

Afinal, o coronavírus desencadeia uma série de inflamações no organismo adoecido. Uma das complicações da doença é conhecida como tempestade de citocinas, considerada uma reação imunológica do próprio organismo. Ela ocorre quando o organismo gera uma quantidade exagerada de defesas contra o vírus, ou seja, é como se o sistema imunológico, ao invés de melhorar o quadro do paciente com COVID-19, causasse um agravamento do quadro clínico, tentando eliminar o invasor. Quem tem o corpo naturalmente inflamado pode sofrer ainda mais com esse agravante.

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Para comprovar a proteção do imunizante contra a tuberculose, o estudo vacinou com a fórmula da BCG 82 voluntários com pelo menos 60 anos e coletou amostras de sangue desses indivíduos, após um mês da aplicação. Ao analisar as amostras, os pesquisadores descobriram diminuição na concentração de várias citocinas (proteínas) que foram associadas à promoção da inflamação.

Em outras palavras, fatores de maior risco para a COVID-19 grave foram diminuídos. Por outro lado, pessoas que não foram imunizadas tinham esses índices mais elevados. Dessa forma, o grupo de cientistas sugere que a vacina BCG pode ser útil como uma medida paliativa para idosos que aguardam vacinação contra a COVID-19. 

Para acessar o estudo completo sobre os benefícios da vacina BCG contra a COVID-19, publicado na revista científica Science Advances, clique aqui.

Fonte: Medical X Press