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USP busca voluntários para estudo sobre tratamento da depressão via smartphone

Por| Editado por Luciana Zaramela | 16 de Junho de 2021 às 07h40

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Nik Shuliahin/Unsplash
Nik Shuliahin/Unsplash

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas deprimidas. No país, o número de diagnósticos é equivalente a 5,8% da população. Nesse cenário, pesquisas para novos tratamentos desse transtorno são fundamentais, como aqueles que envolvem neuromodulação. Este é o caso de estudo da Universidade de São Paulo (USP) que busca voluntários com idades entre 18 e 59 anos e com diagnóstico confirmado da doença.

A terapia, em fase de testes, combina estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) e atividades psicoeducacionais online. O diferencial é que será aplicada, diretamente, na casa dos participantes através de um aparelho para a neuromodulação, conectado a um smartphone. Este equipamento é uma espécie de tiara que deve ser fixada na testa do usuário, de onde é possível enviar sinais elétricos, e foi desenvolvido pela empresa Flow Neuroscience.

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Entendendo a pesquisa sobre depressão

Desenvolvida pelo Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), o estudo avaliará a eficácia de um aparelho portátil de ETCC, que deve ser conectado, via Bluetooth, a um aplicativo de smartphone. “As sessões de ETCC são realizadas durante 30 minutos por dia, em ambiente domiciliar, sob supervisão remota de nossa equipe de pesquisadores”, comentam os psiquiatras André Brunoni e Lucas Borrioni, que coordenam o projeto, para o Jornal da USP.

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No total, o objetivo do estudo é avaliar 210 participantes durante seis semanas. “Neste período, uma parte será randomizada para receber placebo, e a outra parte, diferentes combinações dos tratamentos ativos”, explicam os pesquisadores. “Após as seis semanas iniciais, os participantes poderão escolher se desejam receber os tratamentos ativos, de forma aberta, por até seis meses, se houver indicação médica para continuarem no estudo”, detalham sobre a possibilidade de todos os voluntários se aproveitaram do novo tratamento.

Afinal, o que é ETCC e o que isso tem a ver com o tratamento de depressão?

“A ETCC [estimulação transcraniana por corrente contínua] é um método aprovado, recentemente, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa], e que ainda é pouco usada nos serviços de saúde”, comentam os pesquisadores. “Trata-se de uma modalidade indolor e não-invasiva de neuromodulação, na qual o participante fica sentado enquanto recebe a estimulação” de baixa intensidade, explicam.

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Além de ser considerada uma técnica segura e indolor, os coordenadores do estudo ressaltam que a terapia pode ser combinada ou não com medicações antidepressivas, dependendo da orientação médica. “O princípio básico de ação da ETCC é a aplicação de uma corrente elétrica de intensidade muito baixa, equivalente à corrente de uma pilha comum, através de áreas do cérebro que estão disfuncionais durante os episódios depressivos”, descrevem. É como se a corrente elétrica modulasse positivamente o funcionamento de regiões cerebrais afetadas, o que deve acarretar o alívio dos sintomas depressivos.

Como participar do estudo sobre depressão da USP?

Além de ter entre 18 e 59 anos, os voluntários do estudo da USP precisam ter um diagnóstico de depressão unipolar, sem outros diagnósticos psiquiátricos conflitantes, e sem doenças clínicas graves. Outra questão é que os participantes poderão, caso queiram, continuar com doses estáveis de antidepressivos que já estejam em uso antes de ingressar no estudo.

“As respostas [da pré-seleção] serão avaliadas e, se houver critérios clínicos e de segurança, os participantes serão convidados a participar de uma videoconferência com nossa equipe de pesquisadores, onde serão confirmados os critérios de inclusão e de segurança, para ingresso no estudo”, comentam os pesquisadores.

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Para participar da pré-seleção de voluntários sobre o novo método para o tratamento da depressão, é necessário que o interessado responda a um formulário, que pode ser acessado aqui.
 

Fonte: Jornal da USP e Agência Brasil