Uso de maconha na adolescência pode atrapalhar o desenvolvimento do cérebro
Por Natalie Rosa | Editado por Luciana Zaramela | 17 de Junho de 2021 às 13h30
O consumo de maconha pode ser prejudicial ao cérebro humano durante a adolescência, de acordo com estudo publicado na última quarta-feira (16). Segundo a pesquisa, realizada em regiões da Europa, o uso recreativo da planta pode afetar o desenvolvimento de áreas do cérebro responsáveis pelo controle das emoções.
- Como a cannabis pode ajudar no tratamento da COVID-19?
- Maconha e saúde: entenda por que fumar é diferente de usar remédios
- PL 399/15 | Tudo o que sabemos sobre o uso da cannabis medicinal
A análise foi feita em adolescentes que usaram maconha durante um período de cinco anos, e também em jovens que afirmaram não usar a substância. Os cientistas observaram, através da ressonância magnética, sinais de redução da espessura dos córtices pré-frontais esquerdo e direito dos cérebros dos usuários da cannabis. Essas regiões fazem o controle de emoções positivas e negativas, respectivamente, com estudos associando as áreas com riscos maiores de depressão, problemas de atenção e até ideação suicida.
Os exames mostraram ainda que as mudanças cerebrais não começaram antes do início do uso da droga. Matthew Albaugh, co-autor do estudo, conta que as descobertas são evidências convincentes de que a maconha fumada é prejudicial para um cérebro que ainda está em desenvolvimento. "Mais pesquisas sobre o tópico são desesperadamente necessárias, principalmente devido ao aumento da tendência da legalização do uso recreacional da maconha", diz o pesquisador.
O estudo está disponível para consulta na revista científica JAMA Psychiatry.
Fonte: UPI