Unesp começa a rastrear variantes do coronavírus no interior de SP
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 16 de Março de 2021 às 13h47
Com o intenso aumento de casos do novo coronavírus (SARS-CoV-2), a possibilidade de outras variantes surgirem é grande, como é o caso da mais recente, a cepa N.9. Diante desse cenário, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) criou uma Rede de Vigilância Genômica (Vigenômica) com a missão de monitorar a presença dessas mutações do vírus da COVID-19 no estado de São Paulo, especialmente no interior. Agora, a iniciativa será implementada em regiões que já contam com polos da universidade.
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Nas últimas semanas, o estado de São Paulo enfrenta um dos piores momentos na pandemia da COVID-19, ultrapassando o recorde de casos e óbitos em decorrência da infecção por coronavírus da primeira onda. Entre as variantes em alta circulação no estado, esta a cepa P.2, identificada originariamente em Manaus e potencialmente mais contagiosa.
“Nosso objetivo com o estabelecimento da Vigenômica é desenvolver e implementar protocolos para monitorar as variantes do vírus SARS-CoV-2, permitindo verificar a sua presença e deslocamento no interior do estado de São Paulo”, explica a professora Célia Regina Nogueira, presidente do Comitê Científico da Unesp e responsável pela estruturação da rede.
Como serão rastreadas as variantes do coronavírus?
De acordo com o coordenador da Rede, o professor Jayme Augusto de Souza Neto, o rastreamento das variantes da COVID-19 deve começar pela região de Botucatu, com análises feitas pelo Laboratório de Biologia Molecular do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu.
Após o primeiro momento, outras áreas onde há atuação da Unesp devem ganhar pontos de rastreamento, como aconteceu com a testagem da COVID-19 associada à universidade no estado.“A Unesp tem um protagonismo no diagnóstico da COVID-19 no estado de São Paulo e é natural continuarmos o trabalho para o melhor entendimento do percurso das novas variantes”, explica o professor Neto.
Com o aparecimento dos primeiros casos da COVID-19, a rede de diagnóstico criada pela Unesp conectou diversos laboratórios da Universidade e de parceiros no estado de São Paulo. Os resultados têm fornecido dados úteis para secretarias de saúde e vêm alimentando outra iniciativa da Unesp, o Radar COVID-19, que monitora o avanço da doença, principalmente no interior do estado.
Para a professora Rejane Maria Tommasini Groto, vice-coordenadora da Vigenômica, os dados obtidos pelas redes de diagnóstico e de vigilância genômica são aliados importantes no combate à pandemia. “Ao sequenciar as variantes que estão circulando no estado, nós fornecemos informações importantes para tomadas de decisões estratégicas em Saúde Pública pelo SUS ou prefeituras, por exemplo”, completa.
Fonte: Unesp