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Transplante duplo de mãos dá vida nova a paciente: "coisa da era espacial"

Por| Editado por Luciana Zaramela | 27 de Maio de 2022 às 14h05

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Garakta-Studio/envato
Garakta-Studio/envato

Steven Gallagher, um britânico de 48 anos, passou por um transplante de ambas as mãos em 2021. Hoje, com fisioterapia e acompanhamento psicológico, ainda é difícil realizar tarefas muito minuciosas, mas ele comemora o principal: está livre de dores e pode fazer tarefas simples. Foram cerca de 12 anos de sofrimento, cuja causa era inicialmente misteriosa.

Há 13 anos, Steven começou a notar feridas incomuns nas bochechas e no nariz, bem como dores no braço direito. Os médicos acreditaram tratar-se de lúpus, e depois, síndrome do túnel do carpo. Após uma operação, no entanto, a dor continuou, se espalhando para o outro braço. Um especialista, então, finalmente encontrou a resposta: era esclerodermia, uma doença autoimune que enrijece a pele e os órgãos internos.

O nariz, boca e mãos do paciente também foram afetados, e, há sete anos, suas mãos começaram a se fechar em um punho cerrado permanente, com dores horríveis e impossibilidade de abrir os dedos. Já não havia como pegar coisas, e tarefas simples como se vestir ficaram difíceis. Instalador de telhados, Steven teve de parar de trabalhar.

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Dando uma mãozinha

O britânico teve uma nova perspectiva para suas mãos quando consultou Andrew Hart, cirurgião plástico e de mãos em Glasgow, Escócia, que sugeriu o transplante. Steven riu à época, dizendo que era "coisa da era espacial". Mas, em 2016, após conversar com mais médicos e avaliar os riscos — havia chance de perder as duas mãos com a operação —, o paciente conversou com a esposa e concordou em fazer a cirurgia, já que poderia perder os membros de qualquer forma no futuro.

Steven, então, se tornou o primeiro paciente com esclerodermia a fazer um transplante duplo de mãos: a operação envolveu 30 profissionais de várias áreas, sendo feita em 12 horas em um hospital de Leeds, em dezembro de 2021, após encontrar um doador compatível. O paciente ainda ficou no local por quatro semanas, para acompanhamento, e visita hospitais em Glasgow com frequência para fisioterapia e monitoramento das novas mãos.

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Ainda é difícil realizar tarefas mais ágeis como abotoar camisas, mas Steven já consegue fazer carinho em seu cachorro, ligar a torneira e encher um copo d'água, por exemplo. Ele diz estar melhorando aos poucos com a fisioterapia e terapia ocupacional, e principalmente, não tem mais dores.

A equipe lembra o esforço feito na operação, já que foi bem diferente de um transplante de rim ou de fígado: as mãos são usadas diariamente o tempo todo. Os pacientes têm de ser lembrados da condição, preparados para o risco de rejeição e ter o psicológico inteirado de tudo. Steven ainda espera voltar a trabalhar quando as mãos estiverem boas o suficiente.

Fonte: BBC