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Tirzepatida: novo remédio para emagrecer reduz peso em até 22,5%, mostra estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Maio de 2022 às 13h15

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Puhimec/Envato Elements
Puhimec/Envato Elements

A farmacêutica norte-americana Lilly anunciou, na última semana, que o novo medicamento tirzepatide injetável obteve resultados promissores em um grande estudo clínico, que envolvia cerca de 2,5 mil voluntários. Ainda não aprovado, o remédio permitiu que pessoas obesas ou com sobrepeso perdessem cerca de 22,5% de seu peso corporal, durante o estudo de 72 semanas.

“A tirzepatida é o primeiro medicamento experimental a entregar mais de 20% de perda de peso em média em um estudo de Fase 3, reforçando nossa confiança em seu potencial para ajudar pessoas que vivem com obesidade”, afirma Jeff Emmick, vice-presidente da Lilly, em comunicado.

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Apesar da descoberta promissora, a "Lilly continuará a avaliar os resultados do SURMOUNT-1 [nome oficial do estudo], que serão apresentados em uma próxima reunião médica e submetidos a um periódico revisado por pares", explica a empresa sobre a publicação detalhada do estudo em uma revista científica. Anteriormente, dados de uma pesquisa menor, envolvendo 475 participantes, foram divulgados na revista JAMA.

Tratamento com o remédio da Lilly

Em média, os participantes do estudo com a tirzepatida tinham um índice de massa corporal (IMC) que os classificariam com sobrepeso ou obeso. Vale explicar que, através deste marcador, uma pessoa é considerada obesa quando o IMC é superior a 30. Agora, entre 25 e 29,9, é considerado sobrepeso. Se o valor chegar a 40, o indivíduo é considerado obeso mórbido.

Além disso, os indivíduos selecionados apresentavam pelo menos um fator de risco, como pressão alta, níveis elevados de colesterol, doenças cardiovasculares ou apneia obstrutiva do sono. No entanto, elas não poderiam ter diabetes — isso porque uma das ideias é verificar se a medicação pode impedir o surgimento do diabetes tipo 2.

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Após o tratamento de durou mais de um ano, os pacientes obtiveram os melhores resultados quando receberam a dose mais alta do medicamento (15 mg). Além da medicação, os pesquisadores e médicos orientaram uma dieta de redução calórica.

Estudo do medicamento tirzepatida

No total, foram recrutados 2.539 participantes. Estes foram divididos em quatro grupos, sendo que todos receberam aconselhamento dietético para reduzir a ingestão de cerca de 500 calorias por dia.

No desenho do estudo clínico, um grupo foi aleatoriamente selecionado para tomar um placebo (substância sem qualquer relação com a perda de peso), enquanto os outros três receberam doses de tirzepatida variando de 5 miligramas a 15 miligramas. Os próprios voluntários se injetavam o remédio uma vez por semana.

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"Para a estimativa de eficácia, os participantes que tomaram tirzepatida alcançaram reduções médias de peso de 16,0% (16 kg com [o remédio de] 5 mg), 21,4% (22 kg com 10 mg) e 22,5% (24 kg com15 mg), em comparação com placebo (2,4%, 2 kg)", explica a farmacêutica.

"Os eventos adversos mais comumente relatados foram relacionados ao trato gastrointestinal e, geralmente, de gravidade leve a moderada, ocorrendo durante o período de aumento da dose", comenta a empresa. A seguir, confira os mais comuns:

  • Náuseas;
  • Diarreia;
  • Vômitos;
  • Constipação.

Futuro da terapia contra obesidade

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"A obesidade é uma doença crônica que requer opções de tratamento eficazes e a Lilly está trabalhando incansavelmente para apoiar as pessoas com obesidade e modernizar a forma como esta doença é abordada", lembra o médico Emmick.

No futuro, a farmacêutica deve solicitar autorização de uso do novo medicamento contra a obesidade para a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos e para outras agências de saúde do globo.

Fonte: Lilly, JAMA e NYT