Terceira dose contra covid: quando e qual vacina devo tomar no reforço?
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 19 de Novembro de 2021 às 11h50
No combate ao coronavírus SARS-CoV-2 e com a nova onda da doença atingindo a Europa e parte da Ásia, novas medidas são necessárias para impedir que o quadro se repita no Brasil. Na terça-feira (16), o Ministério da Saúde anunciou que as doses de reforço da vacina contra a covid-19 estarão disponíveis para todos os brasileiros com mais de 18 anos, o que deve ampliar a proteção contra o vírus no país todo.
Com a medida, a Saúde ampliará o grupo apto a receber as doses de reforço contra a covid-19. Até então, a terceira dose era liberada apenas para idosos, imunossuprimidos (pessoas com problemas no sistema imunológico) e profissionais de saúde. Agora, quem tem entre 18 e 59 anos também poderá se beneficiar da proteção extra.
"Graças às informações preliminares que temos dos estudos científicos de efetividade, realizados em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz [Fiocruz] e a Universidade de Oxford, nós decidimos ampliar essa dose de reforço para todos aqueles acima de 18 anos", afirmou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Vale lembrar que, no sábado (20), começará oficialmente a campanha nacional de Mega Vacinação contra a covid-19, liderada pela Saúde. O foco será estimular as pessoas a receberem a segunda dose e o reforço. No entanto, é preciso lembrar que os postos de saúde ainda aplicam a primeira dose em quem não deu início ao esquema vacinal.
Quanto tempo é preciso esperar pela dose de reforço?
Além da ampliação das pessoas que poderão receber as doses de reforço contra a covid-19, a outra mudança anunciada foi o tempo de intervalo entre a segunda e a terceira dose. O prazo estipulado pela Saúde anteriormente era de 6 meses.
No entanto, o período foi encurtado para 5 meses, o que deve aumentar a procura pelo reforço em todo o país. De acordo com a previsão oficial da Saúde, mais de 12,4 milhões de brasileiros estão aptos a tomar a dose de reforço já no mês de novembro.
Para ficar atento, quem tomou a segunda dose entre janeiro e junho já está autorizado a receber o reforço — e estes foram considerados na conta da Saúde. Além disso, em dezembro, quem tomou a segunda dose em julho poderá receber a dose adicional.
É importante destacar que para receber o reforço a pessoa precisa, obrigatoriamente, ter completado o esquema vacinal anterior, ou seja, ter recebido as duas doses ou o imunizante de dose única. Nesta sexta-feira (19), o Brasil registra 60,04% da população com o esquema vacinal completo, o que representa 128,48 milhões de brasileiros imunizados contra a covid-19, segundo dados da plataforma Our World in Data.
Vacinação heteróloga contra o coronavírus
De acordo com a Saúde, a ideia é que a dose de reforço seja diferente da vacina que a pessoa recebeu anteriormente. Em outras palavras, deve ocorrer a vacinação heteróloga. "A preferência é que essa dose adicional seja de uma vacina diferente, que é uma decisão baseada em dados e na evidência científica", explicou Queiroga na terça (16).
Em nota técnica, divulgada na quarta-feira (17), a orientação oficial foi de que o reforço deve ser aplicado, prioritariamente, com a fórmula da Pfizer. "A vacina a ser utilizada para a dose de reforço deverá ser, preferencialmente, da plataforma de RNA mensageiro (Pfizer/Wyeth) ou, de maneira alternativa, vacina de vetor viral (Janssen ou AstraZeneca), independente do esquema vacinal primário", explica o texto do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19.
Reforço para quem tomou a AstraZeneca
Quem foi imunizado com a vacina Covishield (AstraZeneca/Oxford/Fiocruz) deverá receber uma terceira dose da comiRNAty (Pfizer/BioNTech) contra a covid-19, quando se passarem cinco meses da última aplicação. Caso a fórmula não esteja disponível, poderão ser aplicadas as fórmulas da Janssen (Johnson & Johnson) ou da própria AstraZeneca.
Dose extra da CoronaVac
No caso da CoronaVac, o reforço também deverá ser, prioritariamente, da fórmula da Pfizer/BioNTech contra a covid-19. Em algumas circunstâncias, poderá ser usada a fórmula da AstraZeneca ou da Janssen, dependendo da disponibilidade das vacinas na região.
Dessa forma, é esperado que o uso da vacina da Pfizer cresça em todo o país, já que a maioria da população foi imunizada com a CoronaVac ou com a fórmula da AstraZeneca. "No caso de um eventual desabastecimento da vacina da Pfizer, o que não deve acontecer, poderemos utilizar uma outra plataforma vacinal, de preferência de um tipo diferente do que foi usado na vacinação primária", adiantou Queiroga
Reforço da Pfizer
No caso dos imunizados com a vacina da Pfizer, o reforço poderá ser feito com a própria fórmula de mRNA (RNA mensageiro). Nesse caso, ocorrerá o que é chamado de vacinação homóloga. Caso o imunizante esteja em falta no local de vacinação, os profissionais poderão aplicar uma dose da Janssen ou da AstraZeneca.
Esquema de reforço da Janssen envolverá 3 doses
Agora, a maior mudança está no uso da vacina da Janssen contra a covid-19, já que esta era considerada de dose única. De acordo com a Saúde, as pesses que receberam a fórmula deverão tomar uma segunda dose do mesmo imunizante, dois meses após a primeira aplicação. Passados cinco meses do esquema vacinal completo, é que essas pessoas receberão o reforço. Este reforço deverá ser da fórmula da Pfizer ou da AstraZeneca.
"Esses que tomaram a vacina da Jansen vão tomar a segunda dose do mesmo imunizante", explicou Queiroga. "Lá na frente, a sequência é: completou 5 meses da segunda dose, receberá uma dose de reforço, preferencialmente, com a vacina diferente, uma vacinação heteróloga", completou. Até o momento, a nota técnica divulgada não detalha este esquema citada para a fórmula da Janssen.
Caso a pessoa esteja com a segunda dose atrasada, é importante checar com a UBS mais próxima a disponibilidade da fórmula da Janssen, antes de sair de casa. Por exemplo, o estado de São Paulo divulgou uma nota, na quarta-feira (17), informando que "não conta com estoque deste imunizante e aguarda o envio de doses do Ministério da Saúde para definir a adesão às novas diretrizes com relação a esta vacina".
Fonte: Com informações: Ministério da Saúde, Our World in Data, Estadão, BBC e Governo de SP