Temperatura do rosto pode indicar envelhecimento e doenças crônicas
Por Nathan Vieira |

A temperatura do rosto pode indicar envelhecimento e doenças crônicas. É o que nos mostra um novo estudo da Universidade de Pequim, publicado na revista Cell Metabolism. Os cientistas mediram a temperatura facial de mais de 2.800 pessoas entre 21 e 88 anos e a treinou uma inteligência artificial para prever a "idade térmica".
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Através desse método, o grupo conseguiu identificar várias regiões faciais importantes onde as temperaturas estavam relacionadas à idade e à saúde, incluindo o nariz, os olhos e as bochechas.
Conforme consta no estudo, a temperatura do nariz diminui com a idade mais rápido do que outras partes do rosto. Ou seja: pessoas com narizes mais quentes têm uma idade térmica mais jovem.
Enquanto isso, a inteligência artificial ThermoFace ajudou a perceber que as temperaturas ao redor dos olhos tendem a aumentar com a idade.
Temperatura do rosto e doenças crônicas
A equipe também descobriu que pessoas com distúrbios metabólicos, como diabetes e doença hepática gordurosa, tinham envelhecimento térmico mais rápido.
Conforme aponta o relatório, esses participantes apresentaram temperaturas mais altas na área dos olhos do que as pessoas saudáveis da mesma idade.
Outro ponto observado pelos pesquisadores foi que as pessoas com pressão arterial elevada também tinham temperaturas mais altas nas bochechas.
Segundo os pesquisadores, esse aumento nas temperaturas ao redor dos olhos e bochechas acontece principalmente por causa de um aumento nas atividades celulares relacionadas à inflamação. O aumento dessas atividades levou a um aumento nas temperaturas em certas regiões faciais.
Exercício reduz envelhecimento térmico facial
O estudo também buscou testar se o exercício poderia influenciar a idade térmica. Para isso, os pesquisadores pediram a 23 participantes que pulassem corda pelo menos 800 vezes por dia durante duas semanas.
Após apenas duas semanas de exercício, esses participantes tiveram sua idade térmica reduzida em cinco anos.
O próximo passo é entender se é possível usar imagens faciais térmicas para prever outras doenças. Resta aguardar pelos próximos estudos.
Fonte: Cell Metabolism