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Tecovirimat: como funciona o antiviral contra varíola dos macacos?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 02 de Agosto de 2022 às 13h30

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BrianAJackson/Envato Elements
BrianAJackson/Envato Elements

Para o tratamento da varíola dos macacos (monkeypox), o Ministério da Saúde anunciou que o Brasil receberá lotes do antiviral tecovirimat, que também é conhecido pelos nomes de Tpoxx ou de ST-246. A medicação já é aprovada para uso na União Europeia e recebeu uma autorização especial nos Estados Unidos, podendo ser receitada em alguns casos.

Desenvolvido pela farmacêutica norte-americana SIGA Technologies, o tecovirimat é "um medicamento para tratar a varíola, a varíola dos macacos e a varíola bovina, três infecções causadas por vírus pertencentes à mesma família (ortopoxvírus). Também é usado para tratar complicações que podem ocorrer após a vacinação contra a varíola", explica a European Medicines Agency (EMA), em comunicado.

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Como tomar o tecovirimat?

O antiviral deve ser usado na fase inicial da infecção, ou seja, entre o primeiro e o quinto dia do aparecimento dos sintomas. Isso porque a maior eficácia da fórmula é obtida quando a carga viral do vírus da varíola dos macacos está mais alta. "O tratamento com tecovirimat deve ser iniciado o mais rápido possível após o diagnóstico", pontua a EMA.

Na Europa, o uso é liberado para adultos e crianças, com peso mínimo de 13 kg. No momento, o antiviral está disponível em forma de cápsulas para serem tomadas por via oral, e a dose depende do peso corporal.

Quem pode usar o Tpoxx no Brasil?

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Quando a fórmula chegar ao Brasil, o uso estará disponível apenas para casos graves, onde o risco de óbito pela varíola dos macacos é maior. “Serão contemplados casos mais graves em um primeiro momento”, explicou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Como age a medicação?

O antiviral age contra uma proteína específica do agente infeccioso, a VP37. Esta está presente na superfície dos ortopoxvírus, o que incluí o vírus da varíola dos macacos. Quando o medicamento interage com a proteína, o tecovirimat consegue impedir a replicação viral e, com isso, retarda a propagação da doença no organismo.

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Qual a eficácia do antiviral?

Por conta do baixo número de casos dos ortopoxvírus na Europa e na maioria das regiões do mundo, o medicamento foi testado em animais, onde se verificou a eficácia. Em um segundo momento, testes clínicos foram realizados em pessoas saudáveis, o que permitiu observar questões de segurança.

"A eficácia do tecovirimat foi, portanto, avaliada com base em estudos em animais infectados com doses letais de ortopoxvírus, em estudos sobre os efeitos do medicamento no corpo humano e na forma como o medicamento é absorvido, modificado e removido do corpo em humanos e animais", explica a EMA.

Efeito protetor

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Em estudos em animais que receberam doses letais de vírus de varíola dos macacos, o tratamento com tecovirimat por 14 dias aumentou significativamente as taxas de sobrevivência. "Quando o tratamento começou 4 ou 5 dias após a infecção, entre 80% e 100% dos animais que foram tratados com tecovirimat sobreviveram. Nenhum animal do grupo placebo sobreviveu", detalha a EMA.

Com o atual surto da varíola dos macacos, uma série de novos dados clínicos devem ser obtidos, o que poderá confirmar a eficácia do medicamento em humanos infectados pela doença. Apesar de incomum, a decisão de liberar a medicação ocorreu pelo fato de, até então, a doença ser rara e, potencialmente, fatal.

Fonte: Agência Brasil e EMA