Tecnologia do Bem | Aplicativos ajudam pacientes com câncer
Por Joyce Macedo |
No dia 1 de outubro de 2018, os imunologistas James P. Allison e Tasuku Honjo receberam o prêmio Nobel de Medicina por suas pesquisas no tratamento de cânceres agressivos. Os laureados criaram um método inédito para tratar a doença, com uma terapia que inibe a ação do sistema imune e permite que os linfócitos ataquem o tumor. Este tipo de imunoterapia inibidora já é usada em pacientes com câncer em estado avançado há cerca de quatro anos, inclusive no Brasil.
No entanto, apesar desta boa notícia, uma pesquisa divulgada no mês de setembro de 2018 pela Agência Internacional para a Pesquisa sobre Câncer (IARC, na sigla em inglês), um órgão vinculado à Organização Mundial de Saúde (OMS), mostrou que mortes por câncer chegarão a 9,6 milhões neste ano em todo o mundo. Os números do estudo são alarmantes, principalmente se levarmos em consideração que o total de novos casos deve atingir 18,1 milhões ainda em 2018.
A luta contra o câncer é extenuante e, como mostram as pesquisas, afeta cada vez mais pessoas. Para tentar auxiliar médicos e pacientes oncológicos a lidar com o tratamento, alguns aplicativos permitem gerenciar horários de terapias, anotar efeitos colaterais e até mesmo seus sentimentos, além de criar gráficos que ajudam no monitoramento da rotina.
Lembrando que ferramentas digitais não substituem o acompanhamento e tratamento com um médico. Eles são utilizados apenas como medidas paliativas.
WeCancer: interface entre médico e paciente
César Filho, um jovem formado pela Universidade Federal do Espírito Santo, desenvolveu o WeCancer, um aplicativo gratuito que permite aos pacientes quantificar seus sintomas, oferecendo gráficos aos médicos e ajudando no acompanhamento realizado pelo profissional da saúde.
A plataforma oferece um registro diário dos efeitos experimentados pelo paciente, permitindo a melhor compreensão dos sintomas, além de fornecer dados confiáveis para os médicos. Os dados geram uma espécie de prontuário virtual em formato de gráficos e análises, que são apresentados aos profissionais que acessam uma área exclusiva do app.
O app do WeCancer está disponível para download na Play Store.
Tummi: companheiro do paciente
O aplicativo Tummi promete ser um companheiro para o paciente oncológico. Criado a partir de uma parceria entre equipe médica e de desenvolvedores, ele possui uma interface intuitiva que não gera estranheza em usuários menos experientes. Dentre as funções oferecidas, está a possibilidade de criar alarmes para tratamentos, remédios e consultas, concentrando as informações em uma agenda própria.
O Tummi também permite que os pacientes anotem suas dúvidas, acessem informações esclarecedoras e registrem como estão se sentindo a cada dia. As informações podem ser disponibilizadas em tempo real às clínicas e médicos, otimizando as consultas e tratamentos.
O Tummi está disponível para dispositivos iOS e Android.
Armazém da Saúde: hábitos saudáveis como prevenção
O aplicativo Armazém da Saúde é um pouco diferente das opções que vimos anteriormente. Ele foi desenvolvido pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) e visa ajudar na prevenção da doença por meio de uma alimentação equilibrada.
"O app Armazém da Saúde é uma atividade inovadora de educação alimentar do Instituto. Ela visa a promover o reconhecimento da população de que o câncer é passível de prevenção por meio de uma alimentação saudável, prática de atividade física e manutenção do peso adequado. Além disso, o app tem uma utilidade no nosso dia a dia. Podemos checar se as nossas compras reais favorecem ou não uma alimentação saudável e ter informações de como podemos melhorá-las", explica Maria Eduarda Melo, responsável pela Área Técnica de Alimentação, Nutrição, Atividade Física e Câncer do INCA. "É uma atividade lúdica que trará inúmeras outras funcionalidades, como acesso a receitas, sugestões de missões e alguns desafios".
Por enquanto, o app está disponível apenas para dispositivos Android e pode ser baixado na Play Store.
Você tem alguma dica de aplicativo para pacientes oncológicos? Não deixe de compartilhar com os demais leitores nos comentários!