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Sputnik V | Vacina obteve 91,6% de eficácia contra casos sintomáticos da COVID

Por| 02 de Fevereiro de 2021 às 15h15

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Daniel Schludi/Unsplash
Daniel Schludi/Unsplash

Na corrida pelas vacinas contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2), cada vez mais imunizantes se juntam no combate da pandemia pelo mundo, como a vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Gamaleya, na Rússia. Segundo estudos preliminares, o imunizante tem uma taxa de eficácia de 91,6% em casos sintomáticos da COVID-19.

Tal taxa representa a capacidade da vacina impedir uma infecção com sintomas da COVID-19. Em outras palavras, uma pessoa vacinada tem 91,6% menos chances de se contaminar, quando comparada com aquelas que não se vacinaram. A fórmula também previne contra casos graves da infecção. Publicados no periódico The Lancet, esses resultados preliminares foram baseados em uma análise de dados de mais de 20 mil voluntários, maiores de 18 anos, do estudo.

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Ainda na Fase 3, nenhum evento adverso sério, associado à vacinação, foi relatado até o momento. Além disso, a maioria dos eventos adversos relatados foram leves, como dor no local da aplicação e fraqueza. Para a conclusão desta etapa de pesquisa, deve ser avaliada a eficácia da vacina em um grupo de 40 mil pessoas.

Pesquisa contra a COVID-19

Apoiada pelo Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), a vacina foi administrada em duas doses, com um intervalo de 21 dias entre as aplicações, no estudo clínico. Segundo os pesquisadores relataram, nos primeiros 21 dias após a primeira dose, foram diagnosticados 16 casos da COVID-19 entre os 14.964 voluntários imunizados (0,1%) e 62 casos da infecção nos 4.902 indivíduos (1,3%) que receberam um placebo.

Após 48 dias da primiera dose, a taxa de eficácia da Sputnik é estimada em 91,6% contra os casos da COVID-19. Além disso, o ensaio incluiu 2.144 participantes com 60 anos ou mais. No grupo de idosos, a vacina obteve uma taxa de 91,8% de eficácia contra a forma sintomática da infecção. Vale destacar que este resultado é bastante similar ao encontrado no grupo mais jovem.

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Segundo os pesquisadores, mais pesquisas serão necessárias para compreender os efeitos da vacina contra casos assintomáticos da COVID-19 e sobre a capacidade de transmissão do coronavírus entre os imunizados. “Este recente estudo de Fase 3 é altamente encorajador em termos de eficácia, falta de efeitos colaterais graves e proteção aparentemente equivalente em pacientes mais velhos”, comentou o Dr. Stephen Griffin, professor associado da faculdade de medicina da Universidade de Leeds, na Inglaterra.

Como funciona a vacina Sputnik V?

O Instituto de Pesquisa Gamaleya, parte do Ministério da Saúde da Rússia, desenvolveu uma potencial vacina que atua de forma dupla na proteção contra o coronavírus, a partir da plataforma de vetor viral não replicante, em duas doses. Esta estratégia é similar a tecnologia usada pela fórmula da farmacêutica AstraZeneca com a Universidade de Oxford, no Reino Unido. Inclusive, existem planos de um teste combinado entre os dois imunizantes para promover uma melhor imunização.

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Para garantir uma imunidade mais duradoura, os pesquisadores da Sputnik V apostam no uso combinado de dois tipos diferentes de vetores de adenovírus (rAd26 e rAd5), ambos conhecidos por causar um resfriado comum em humanos —  por outro lado, a vacina de Oxford adota apenas um adenovírus (ChAdOx1), encontrado em chipanzés. Na Sputnik V, os dois vírus são editados geneticamente e têm incluído no material genético a proteína spike do coronavírus.

Estável, a fórmula russa pode ser armazenada em freezers comuns, entre 2 °C e 8 °C, por pelo menos dois meses. Pelo mundo, a Sputnik V já recebeu aprovação regulamentar em 16 países até agora, incluindo a Rússia e países na América Latina, como a Argentina. O preço estimado por dose é de menos de US$ 10 (cerca de R$ 53,7).

Para acessar o artigo completo sobre a eficácia da vacina Sputnik V, publicado na The Lancet, clique aqui.

Fonte: The Guardian