Publicidade

Sintomático ou não? Estudo tenta mostrar por que a COVID não é igual para todos

Por| 24 de Abril de 2020 às 16h40

Link copiado!

IstoÉ
IstoÉ

Um novo trabalho da Escola de Medicina da Universidade de Zhejiang, na China, pode ter descoberto mais de 30 diferentes cepas do novo coronavírus (SARS-CoV-2), o patógeno da COVID-19. O caminho agora é tentar descobrir como essas variações podem resultar nas mais diversas consequências.

O grupo analisou amostras de sangue de 11 pessoas confirmadas para a COVID-19 no início do surto na China. Todas as cepas foram isoladas, em condições laboratoriais, e a partir de então os pesquisadores avaliaram a velocidade de reprodução de cada uma delas, bem como a sua eficiência de contaminação.

Os resultados mostraram mutações em todas elas, extrapolando a marca de 30 tipos diferentes de nucleotídeos (fragmentos de códigos genéticos) que sofreram alteração. Vale dizer, ainda, que o trabalho científico acompanhou cepas virais de diferentes partes do mundo, incluindo da Europa e de Nova York. Os achados sugerem que estas cepas podem ser mais potentes que de outras partes dos EUA, por exemplo.

Continua após a publicidade

“Entretanto, as mutações não foram relacionadas ainda com mudanças funcionais patogênicas”, aponta o trabalho. Ou seja, não há confirmação de que tais variações também gerem diferentes sintomas nos pacientes.

Contudo, o documento registrou que as mutações dificultam ou facilitam a reprodução do vírus no corpo. Uma das cepas analisadas mostrou que ela continha uma carga viral 270 vezes maior que a cepa menos eficiente no quesito reprodução. Esta seria uma possível explicação do porquê de alguns infectados apresentarem sintomas mais severos, enquanto outros se mantêm assintomáticos mesmo testando positivo para a COVID-19.

Ao mesmo tempo em que a carga viral pode mostrar uma pista para que a ciência resolva um dos mistérios mais questionados da COVID-19, ela também é um dificultador, já que um vírus mais potente é mais nocivo ao organismo e mais difícil de ser combatido. Isso também gera obstáculos na indústria farmacêutica, que corre contra o tempo em busca de vacinas e remédios contra o novo coronavírus.

Continua após a publicidade

O trabalho foi divulgado em formato preprint, ou seja, está sendo revisado por editores e especialistas e ainda não foi publicado formalmente em revistas acadêmicas e periódicos científicos. Como esse é um processo lento, que pode demorar mais que o esperado, é comum que pesquisadores divulguem seus preprints em bancos de dados científicos na internet. Quem quiser ler o documento na íntegra, pode acessá-lo no repositório Medrxiv.

Fonte: Medrxiv