Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Sepse: principal causa de morte hospitalar pode atingir células mesmo após alta

Por| Editado por Luciana Zaramela | 12 de Abril de 2022 às 15h50

Link copiado!

 iLexx/Envato
iLexx/Envato

De acordo com um estudo publicado na revista científica Frontiers in Immunology, a sepse — manifestação grave provocada por bactérias ou fungos e, por sua vez, a principal causa de morte hospitalar no mundo — pode provocar impactar o funcionamento das células de defesa mesmo após a alta hospitalar.

O artigo menciona que essa descoberta pode trazer novas interpretações acerca de uma consequência a longo prazo dessa condição, já que alguns pacientes morrem anos depois de desenvolvê-la. O que acontece é que, quando infectado, o sistema de defesa passa a se voltar contra o próprio organismo. Em casos graves, a sepse pode gerar até mesmo a falência múltipla dos órgãos.

A equipe responsável pelo artigo científico acompanhou 62 pacientes do Hospital Universitário da USP durante três anos após a alta da UTI, e declara que a intensa resposta imunológica que acompanha a infecção contam com o aumento da concentração de proteínas inflamatórias no sangue, culminando em uma "reprogramação metabólica celular irreversível".

Continua após a publicidade

A teoria apresentada no trabalho é que a reprogramação metabólica começa na medula óssea, fazendo com que as células tenham um perfil pró-inflamatório. Logo, de acordo com a equipe, a sepse pode gerar um "fenótipo específico de monócito que permaneceria ativo após a alta hospitalar".

"Quando coletamos o sangue dos pacientes, mesmo depois de três anos da alta da UTI, verificamos que os monócitos [um tipo de célula de defesa] estavam ativados, prontos para a batalha, sendo que deveriam estar neutros, com ativação somente quando fossem ‘recrutados’ para o tecido", afirmam os pesqisadores durante entrevista à Agência Fapesp.

A Fapesp estima que sejam registrados cerca de 49 milhões de novos casos de sepse ao ano em todo o mundo, e que a mortalidade hospitalar desses pacientes seja superior a 40%, chegando a 55% no Brasil. Em 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a destacar a importância de se ter conhecimento sobre a infecção, principalmente em países de baixa renda.

Continua após a publicidade

Fonte: Frontiers in Immunology, Agência Fapesp