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Sem agulhas: Índia aprova primeira vacina de DNA contra COVID-19 do mundo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 24 de Agosto de 2021 às 12h40

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FabrikaPhoto/Envato Elements
FabrikaPhoto/Envato Elements

Na sexta-feira (20), a agência reguladora de medicamentos da Índia aprovou o uso emergencial de uma nova vacina contra a COVID-19. O imunizante inédito desencadeia a proteção contra o coronavírus SARS-CoV-2, a partir de um DNA de plasmídeo e é aplicada sem o uso de agulhas — excelente notícia para os que têm fobia de injeção. Por outro lado, são necessárias 3 doses da vacina ZyCoV-D para se obter a proteção máxima contra o agente infeccioso.

A vacina com tecnologia inédita de DNA foi desenvolvida pela farmacêutica indiana Zydus Cadila e contou com a parceria do Departamento de Biotecnologia da Índia. De acordo com a autorização recebida, o imunizante contra a COVID-19 poderá ser usado tanto em crianças com 12 anos ou mais quanto em adultos.

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No estudo preliminar e ainda não publicado, o imunizante de 3 doses obteve uma taxa de eficácia de 66% contra casos sintomáticos da infecção pelo coronavírus. Agora, a farmacêutica planeja produzir até 120 milhões de doses da nova fórmula e, inicialmente, completar a imunização da população indiana. No país, 9,4% da população está completamente imunizada e outros 23,3% já derem início ao processo de vacinação, segundo a plataforma Our World in Data.

Testes da vacina de DNA contra a COVID-19

Segundo a farmacêutica responsável, a vacina ZyCoV-D foi testada em 28 mil voluntários, distribuídos em mais de 50 centros de pesquisa espalhados pela Índia. Dentro do total de participantes, ceca de mil deles tinham idades entre 12 e 18 anos. No público pediátrico, a injeção também foi considerada como "segura e muito bem tolerada".

Além disso, a Fase 3 dos testes foi realizada durante o pico da segunda onda do coronavírus, que afetou severamente a Índia. No país, o sistema de saúde colapsou por falta de estrutura e, em paralelo, foi descoberta a variante mais transmissível do vírus da COVID-19, a Delta (B.1.671.2). Para o desenvolvedor, os resultados positivos obtidos nesse cenário demonstram a "eficácia da vacina contra as cepas mutantes".

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Sem agulhas e de fácil armazenamento

A vacina ZyCoV-D também possui duas grandes vantagens: o fácil armazenamento e a aplicação simplificada. Isso porque o imunizante é estável e pode ser armazenado em temperaturas mais altas, que variam entre - 2 °C até 8 °C. Isso permite que caixas com doses da fórmula sejam carregadas para lugares mais distantes e com menor infraestrutura, ampliando o alcance dos serviços de saúde.

No entanto, a maior vantagem parece ser a sua administração, já que não são necessárias as tradicionais agulhas. Para injetar o composto dentro do organismo humano, é usado um fluxo estreito de fluido, em alta velocidade e em alta pressão, que permite que a substância contra a COVID-19 penetre na pele.

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Vacina de DNA: entenda como funciona

Até agora, as vacinas de DNA costumam funcionar bem em animais, mas não em humanos. Por exemplo, existem várias vacinas de DNA aprovadas nos Estados Unidos para uso animal, como uma vacina contra uma doença de cavalos ou ainda uma vacina contra câncer de pele em cães. No entanto, os pesquisadores ainda não chegaram a um composto eficiente para uso humano, o que parece ser o caso da vacina ZyCoV-D.

Para entender como o imunizante inédito funciona, é preciso lembrar que tanto o DNA quanto o RNA são moléculas que carregam a informações genéticas. Isso significa que, com elas, é possível levar o organismo a construir, praticamente, qualquer coisa. De forma geral, uma vacina ensina o organismo a produzir defesas contra o coronavírus, mas a diferença está em como esse processo ocorre.

Para sensibilizar o organismo contra o vírus da COVID-19, a ZyCoV-D usa plasmídeos — ou pequenos anéis de DNA — que contêm informações genéticas. Mais especificamente, esses plasmídeos carregam informações para que as células humanas construam a proteína S (spike) do coronavírus. É a partir desta estrutura que o vírus invade as células saudáveis.

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Com a produção de fragmentos da proteína S, o sistema imunológico de uma pessoa passa a produzir anticorpos contra essa parte de um potencial invasor e aprende a lutar contra o coronavírus. É o mesmo processo que ocorrem com as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna, mas, para isso, ambas adotam o RNA mensageiro.

Fonte: BBC