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Remédio tecovirimat falha em combater variante da mpox

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Institute of Allergy and Infectious Diseases/Unsplash
Institute of Allergy and Infectious Diseases/Unsplash

Em um novo estudo, o medicamento antiviral tecovirimat falhou em reduzir a duração das lesões causadas pela linhagem clado I da mpox. A informação vem de um comunicado publicado pelo National Institutes of Health (NIH) — um dos patrocinadores da pesquisa — nesta quinta-feira (15).

O estudo foi feito com crianças e adultos da República Democrática do Congo, diagnosticados com mpox (clado I), por meio de uma parceria com o Institut National de Recherche Biomédicale (INRB). Segundo o NIH, outras análises e resultados detalhados serão divulgados por meio de canais científicos.

“Essas descobertas são decepcionantes, mas nos dão informações essenciais e reforçam a necessidade de identificar outros candidatos terapêuticos para mpox enquanto continuamos a pesquisa sobre o uso de tecovirimat em outras populações com mpox”, afirma a diretora do National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID), Jeanne Marrazzo, no comunicado.

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“Continuamos comprometidos em desenvolver intervenções seguras e eficazes, incluindo tratamentos e vacinas, que podem aliviar a devastadora carga de mpox na África Central e abordar a forma mais branda do vírus que está circulando globalmente", acrescenta a diretora.

Antiviral tecovirimat

O tecovirimat foi inicialmente desenvolvido e aprovado pela Food and Drug Administration (órgão de saúde dos EUA) para tratar a varíola, mas a segurança e eficácia do medicamento como tratamento para mpox não foram estabelecidas.

O remédio está atualmente disponível para tratamento de mpox nos Estados Unidos como parte de um ensaio, e é autorizado na Europa e no Reino Unido para o tratamento de varíola, mpox e outras indicações. O Brasil também chegou a receber lotes do tecovirimat para tratar a mpox (anteriormente chamada de varíola dos macacos).

Em outubro de 2022, o NIAID lançou o estudo PALM007 para examinar a segurança e eficácia do tecovirimat para tratamento de mpox em adultos e crianças. O estudo inscreveu 597 pessoas com mpox confirmado em laboratório em dois locais na República Democrática do Congo.

Os participantes do estudo estão sendo notificados dos resultados iniciais e têm a oportunidade de participar de um estudo de extensão em andamento.

Próximos passos para o tecovirimat

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No comunicado, o NIH diz que análises adicionais estão planejadas, sob a proposta de entender melhor os resultados observados no estudo, incluindo se houve alguma diferença significativa nos resultados clínicos por dias de sintomas antes da inscrição, gravidade da doença clínica, características dos participantes ou a variante genética do mpox sendo tratada.

“Este estudo forneceu evidências urgentemente necessárias para orientar a resposta à mpox na África Central. Embora não seja o que esperávamos, os resultados mostram que os clínicos do estudo forneceram cuidados de suporte excepcionais a todos os participantes, o que é uma prova do conhecimento e da habilidade que os clínicos congoleses adquiriram no gerenciamento de doenças relacionadas à mpox", afirma o pesquisador principal Jean-Jacques Muyembe-Tamfum, da Universidade de Kinshasa (República Democrática do Congo).

Mpox na África

Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a declarar a mpox como emergência global de saúde pública, por causa dos surtos na África.

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Para se ter uma noção, já foram confirmados 2,8 mil casos e 517 mortes da mpox na África em 2024. Os casos suspeitos ultrapassam os 17 mil.

Fonte: National Institutes of Health