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Remédio contra câncer pode expulsar HIV dormente de células, sugere estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 09 de Fevereiro de 2022 às 11h30

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Twenty20photos/Envato Elements
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Pesquisadores descobriram que um medicamento usado no tratamento contra o câncer pode eliminar o HIV dormente das células de pessoas que convivem com o vírus. O remédio em questão é pembrolizumabe, desenvolvido pela farmacêutica norte-americana MSD, também conhecida como Merck.

Publicado na revista científica Science Translational Medicine, o estudo sobre o possível tratamento contra a latência do HIV contou com a participação de pesquisadores de diferentes países, como os Estados Unidos e o Canadá.

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Segundo os autores, o pembrolizumabe conseguiu reverter o processo de latência do HIV em células de pessoas com câncer e que também realizavam tratamentos com antirretrovirais.

Entenda a ação do remédio

Vale explicar que, com o uso de remédios adequados para o HIV, uma pessoa consegue controlar a carga viral do agente infeccioso e isso impede o desenvolvimento da Aids, só que o vírus continua "escondido" no corpo. Este é o estado de latência.

"Em pessoas vivendo com HIV em terapia antirretroviral, o vírus persiste de forma latente, onde há transcrição ou expressão proteica mínima. As células infectadas, de forma latente, são uma grande barreira para a cura do HIV", detalham os autores do estudo. Afinal, o vírus é apenas controlado e nunca eliminado.

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Efeito do pembrolizumabe

Para identificar a ação do pembrolizumabe, a pesquisa recrutou 32 voluntários que conviviam com o HIV e também possuíam diagnóstico de câncer. Do total de participantes, 29 (91%) possuem carga viral indetectável e três (9%) possuíam nível viral acima do limite de detecção.

Passados oito dias do primeiro ciclo com o medicamento, a quantidade de fragmentos do RNA viral detectados aumentou 1,32 vezes nos voluntários. Isso significa que a medicação conseguiu eliminar o vírus dormente de dentro das células. Após 22 dias, o número era 1,6 vezes maior que o inicial.

A vantagem desse processo é que as células de defesa do organismo somente conseguem identificar o HIV latente, após ele ser "expulso" de dentro de das células. Sem isso, ele poderá continuar "escondido" por anos. Agora, com a descoberta via sistema imune, ele pode ser finalmente eliminado.

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No entanto, essa descoberta não transforma o medicamento em uma terapia imediata contra o HIV latente. "Mais estudos são necessários para avaliar a dose e a frequência do tratamento anti-PD-1 necessário para a reversão da latência", explicam os pesquisadores. Entre os pontos, é necessário entender o quão eficaz é a expulsão do vírus dormente das células infectadas.

Fonte: Science Translational Medicine