Remédio contra asma pode ser novo aliado para acelerar recuperação da COVID-19
Por Natalie Rosa • Editado por Luciana Zaramela |

O medicamento budesonida, usado para o tratamento dos sintomas da asma e rinite alérgica, pode encurtar o tempo de recuperação de pacientes com mais de 50 anos que sofrem com as consequências da infecção pelo coronavírus. A descoberta foi feita pela iniciativa COVID-19 Rapid Response, conduzida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, que busca soluções para intervenções da doença em pessoas mais idosas.
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O estudo já é o maior ensaio clínico controlado de fase 3 do mundo que busca por um tratamento eficaz da COVID-19, visando reduzir o tempo de recuperação de forma significativa. As últimas descobertas feitas com a budesonida trazem esperança no tratamento da doença ainda em seu estágio inicial, em ambientes comunitários e fora do hospital.
O medicamento inalado é considerado um corticosteroide seguro, além de ser barato e fácil de ser encontrado, e começou a ser testado ainda em novembro do ano passado. É usado em inaladores e bombinhas para o tratamento não só da asma, como da doença pulmonar obstrutiva crônica.
Resultados
Nos testes, 961 pacientes receberam a budesonida para a inalação em casa, sendo então comparados com outros 1.819 pacientes que receberam o tratamento tradicional do serviço de saúde do Reino Unido. Entre as pessoas que receberam o medicamento contra a asma, 751 pessoas foram diagnosticadas com o coronavírus, e do outro grupo 1028 pessoas foram infectadas.
Com base nos dados mais recentes, obtidos no dia 25 de março de 2021, os resultados mostram que a estimativa de tempo médio de recuperação com o uso da budesonida inalada foi de 3,01 dias a menos em comparação com o tratamento comum, com probabilidade alta de ser mais eficaz. Além disso, 32% dos pacientes que inalaram o medicamento contra asma se recuperaram nos primeiros 14 dias, enquanto no outro grupo a proporção foi de 22%.
Os participantes do estudo que estavam no grupo da budesonida também relataram ter sentido um maior bem-estar ao longo das duas semanas seguintes. Após 28 dias de estudo, 8,5% das pessoas que estavam no grupo da budesonida precisaram de hospitalização para tratar a COVID-19, enquanto no grupo de cuidados tradicionais 10,3% foram hospitalizados.
O tratamento foi feito em pacientes que tinham mais de 50 anos e alguma comorbidade que poderia colocá-los em risco caso a doença se agravasse, e também em pessoas com mais de 65 anos.
Fonte: MedicalXpress