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Relatório sobre Covid-19 sugere diminuição da epidemia, mas com ressalvas

Por| 19 de Fevereiro de 2020 às 18h35

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Chung Sung-Jun/Getty
Chung Sung-Jun/Getty

Um estudo recentemente publicado do Chinese Center for Disease Control and Prevention  (Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças em tradução livre, com a sigla oficial sendo CCDC) está oferecendo uma visão do novo surto de coronavírus em andamento. O artigo examina mais de 44 mil pacientes confirmados, encontrando mais de 80% dos casos com gravidade leve. Como os casos do recém nomeado Covid-19 ultrapassam 70 mil, o Diretor Geral da Organização Mundial da Saúde diz que esses novos dados podem colaborar para o  entendimento geral sobre o vírus.

“Esses dados nos permitem entender melhor a faixa etária das pessoas afetadas, a gravidade da doença e a taxa de mortalidade”, diz o diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Dessa forma, são muito importantes para permitir que a OMS forneça conselhos aos países, baseados nas evidências", aponta.

O relatório sinaliza uma taxa de mortalidade de 2,3%, e maioria das mortes tendo ocorrido em pacientes com mais de 50 anos de idade. Embora quase 20 mil dos casos confirmados tenham ocorrido em pacientes com 49 anos ou menos, apenas 64 desses pacientes morreram. Não foram observadas mortes em crianças até os nove anos de idade, apesar de 416 casos confirmados, enquanto a taxa de mortalidade em pacientes acima de 80 anos é de 14,8%.

Um dos mistérios predominantes em torno deste surto é o motivo pelo qual as taxas de infecção têm sido tão baixas em crianças. Os especialistas ainda não têm certeza das razões por trás disso e, embora possa haver uma razão fisiológica pela qual as crianças tenham menos probabilidade de contrair o vírus, também é igualmente provável que essas baixas taxas de infecção sejam devido a medidas eficazes de quarentena.

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Em termos de gravidade da doença, mais de 80% dos casos confirmados foram classificados como leves. Isso significa que a grande maioria das pessoas que contraem o vírus está sofrendo apenas sintomas leves e não progredindo para condições semelhantes à pneumonia.

No entanto, como sugerido anteriormente , pacientes com condições comórbidas parecem correr o maior risco de sofrer o pior da doença. A taxa de mortalidade da doença em pacientes sem outras condições adicionais é de apenas 0,9%. No entanto, as taxas de mortalidade foram maiores para aqueles que também sofrem de doença cardiovascular (10,5%), diabetes (7,3%), doença respiratória crônica (6,3%) ou hipertensão (6%).

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O novo relatório também identifica uma tendência de queda em novos casos, sugerindo uma possível diminuição da epidemia, mas o diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus adverte para não confundir essa tendência de queda com o fim do problema: "Essa tendência deve ser interpretada com muito cuidado. As tendências podem mudar à medida que novas populações são afetadas. É muito cedo para saber se esse declínio relatado vai continuar".

Esse estudo observa otimista que a tendência de queda na curva epidêmica pode ser uma indicação precoce de que as medidas tomadas pelo governo chinês nas últimas semanas foram bem-sucedidas em conter a propagação do vírus. “A tendência sugere que talvez o isolamento de cidades inteiras, a transmissão de informações com alta frequência por meio de múltiplos canais e a mobilização rápida de vários setores está ajudando a conter a epidemia", acrescenta a equipe por trás desse relatório.

A organização alerta para uma possível recuperação da epidemia, pois as medidas de quarentena inevitavelmente diminuem e um grande número de pessoas retorna às atividades diárias. “Embora a epidemia pareça estar em declínio antes de 11 de fevereiro de 2020, ainda podemos enfrentar mais desafios. Precisamos nos preparar para uma possível recuperação da epidemia de Covid-19 nas próximas semanas e meses”, conclui a equipe.

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Fonte: New Atlas