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Quanto tempo dura a imunidade contra o novo coronavírus?

Por| 28 de Maio de 2020 às 17h51

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Reuters
Reuters

A pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2) já afetou, diretamente, 5,8 milhões de pessoas em todo o mundo, que foram diagnosticadas com a COVID-19. Para além dos contaminados, a economia global foi também atingida junto a milhões de pessoas. Nesse cenário, a possibilidade de infectados pelo vírus adquirirem imunidade contra a doença por um longo tempo seria um ótimo trunfo.

Munidas de seus passaportes imunológicos (como estão sendo apelidadas as situações daqueles que já contraíram a COVID-19), as pessoas poderiam retomar suas atividades, sem medo de uma segunda infecção. Assim, gradualmente, o mundo também voltaria à sua rotina. No entanto, a imunidade à reinfecção por coronavírus em humanos pode durar menos de seis meses, de acordo com a Universidade de Amsterdã, na Holanda.

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Publicado em preprint, ou seja, pesquisa ainda não revisada por especialistas, os cientistas da Holanda questionam a eficácia dos passaportes imunológicos que alguns governos ensaiam emitir para os sobreviventes do COVID-19.

Como foi feito?

Como o SARS-CoV-2 circula há menos de cinco meses pelo mundo, os pesquisadores não conseguiriam fazer um estudo direto com ele. Dessa forma, utilizaram o acompanhamento já iniciado com 10 indivíduos em um período de 35 anos, que vai de 1985 até esse ano. 

Desse grupo de pessoas, foram determinados seus níveis de anticorpos após infecção por qualquer um dos quatro coronavírus humanos sazonais e o período após reinfecções podem ocorrer pelo mesmo vírus. Entre os coronavírus acompanhados, estão: HCoV‐NL63; HCoV‐229E; HCoV‐OC43; HCoV‐HKU1.

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Os pesquisadores descobriram que havia uma "duração alarmantemente curta da imunidade protetora aos coronavírus". Além disso, os cientistas observaram "reinfecções frequentes 12 meses após a infecção e uma redução substancial nos níveis de anticorpos seis meses após a infecção".

Para os pesquisadores, os quatro tipos de coronavírus humanos testados na pesquisa são "biologicamente diferentes" e "têm pouco em comum, além de causar o resfriado comum". "Ainda assim, todos parecem induzir uma imunidade de curta duração, com rápida perda de anticorpos. Isso pode muito bem ser um denominador geral para os coronavírus humanos", teorizam os autores.

"Se o SARS-CoV-2 se comportar como um coronavírus sazonal no futuro, um padrão semelhante pode ser esperado", concluem sobre a possibilidade de que indivíduos já infectados pelo novo coronavírus poderiam se reinfectar.

Passaporte imunológico

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"Como a imunidade protetora pode ser perdida seis meses após a infecção, a perspectiva de atingir a imunidade funcional de rebanho por infecção natural parece muito improvável", alertou o grupo de pesquisadores da Holanda, mesmo que muitos países estejam indo na contramão das evidências descobertas.

Por exemplo, o secretário de saúde da Grã-Bretanha, Matt Hancock, anunciou na semana passada que o governo trabalha em um sistema de certificações para permitir que as pessoas que se recuperaram possam retomar suas atividades econômicas. Sobre essa possibilidade e testes de anticorpos para validar a imunidade, Hancock explica: "É que saber que você tem esses anticorpos nos ajudará a entender mais no futuro, se você tiver um risco menor de pegar coronavírus, morrer de coronavírus e transmitir coronavírus".

Fonte: Euro News