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Proteína pode resolver mistério da epilepsia sem causa conhecida, segundo estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 08 de Julho de 2022 às 16h20

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Anna Shvets/Envato
Anna Shvets/Envato

Em estudo publicado na revista Molecular Neurobiology, cientistas descrevem uma descoberta que pode solucionar o mistério da epilepsia sem causa conhecida: trata-se da proteína TMEM184B, normalmente encontrada nas membranas celulares dos neurônios. Acontece que, em sua ausência, os neurônios parecem danificados.

Primeiro, é preciso entender que a epilepsia é um distúrbio que interrompe o padrão normal de atividade elétrica no cérebro, resultando em convulsões. Só que, em muitos casos, a causa subjacente é desconhecida. Para mudar isso, os pesquisadores estudaram um gene que influencia a formação e função de conexões entre músculos e neurônios motores, ou seja, que controlam a movimentação.

Eles descobriram que quando essa proteína TMEM184B não está presente, os neurônios parecem reagir exageradamente a um estímulo individual. Isso sugere que a proteína é responsável ​​por controlar a excitabilidade dos neurônios.

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“Isso está relacionado ao que acontece com pacientes com epilepsia , então achamos que podemos ter identificado um gene envolvido em algumas formas de epilepsia que não têm outra explicação”, apontam os autores do estudo.

Segundo o estudo, a proteína pode alterar o comportamento dos canais iônicos, que controlam a quantidade de cálcio na célula. Uma das coisas que os pesquisadores pretendem descobrir é se essas mutações, especialmente aquelas em que os pacientes têm epilepsia ou algo relacionado, causam essa superexcitabilidade.

O estudo em questão foi aplicado em moscas-da-fruta, através de medições da atividade elétrica. "Estamos tentando colocar essas mutações humanas no genoma da mosca e ver se causam as mesmas mudanças na excitabilidade dos neurônios. Se fizerem isso, então queremos saber o porquê", afirmam os pesquisadores.

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Os pesquisadores também notaram que as larvas de moscas sem a proteína se moviam muito mais lentamente do que as outras. Com isso em mente, a ideia do estudo é ir além da epilepsia e testar se a proteína também pode desempenhar um papel em outras doenças neuromusculares, como esclerose lateral amiotrófica.

Fonte: Molecular Neurobiology via Futurity