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Por que menores de 12 anos foram proibidos de cabecear no futebol inglês?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 20 de Julho de 2022 às 08h50

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NomadSoul1/Envato Elements
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Na última segunda-feira (18), a Associação de Futebol britânica (Football Association, FA) anunciou que crianças menores de 12 anos estão proibidas de cabecear a bola em jogos de futebol no Reino Unido. A decisão foi tomada com base em dados que verificam uma maior probabilidade de doenças cerebrais fatais em ex-jogadores que praticavam o lance.

A medida vale para toda a rede da associação em ligas, escolas e clubes por todo o país, o que, de acordo com o porta-voz da FA, funcionará como um teste. Sendo bem-sucedido, o objetivo então será remover os cabeceios deliberados de todas as partidas do esporte a nível sub-12 e abaixo na temporada 2023-2024.

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Cabeceios e demência

Algumas pesquisas já observavam uma conexão entre doenças e a prática do cabeceio: jogadores profissionais de futebol têm até 3 vezes mais chances de morrer de demência do que pessoas da mesma faixa etária que não praticam o esporte. Crianças de 11 anos ou menos não são mais ensinadas a cabecear durante treinos na Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte, territórios do Reino Unido.

A FA ainda orienta que os treinadores limitem a quantidade de jogadas de cabeça até mesmo para crianças mais velhas; em 2021, era recomendado que fossem realizados no máximo dez cabeceios por semana durante os treinos. Mais ideias serão exploradas, consultando todas as partes interessadas no esporte, visando reduzir o lance no futebol juvenil sem mudar a prática fundamental do jogo, segundo a FA.

Um dos casos registrados do dano causado pelo cabeceamento foi o de Jeff Astle, ex-atacante do West Brom que jogou na seleção inglesa na Copa do Mundo de 1966. O esportista faleceu em decorrência de uma doença cerebral, que os médicos acreditam estar fortemente conectada aos cabeceios praticados no futebol.

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A filha do ex-atleta, Dawn, é líder de um projeto que chama a atenção à ocorrência de doenças neurodegenerativas no futebol na Associação de Jogadores de Futebol Profissional. Ela e outros ativistas comemoraram a medida, afirmando querer que todos as crianças desfrutem do esporte, mas jogando com segurança. Segundo Dawn, o teste é um passo lógico e sensato.

Aqui no Brasil, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também tem estudado a possibilidade de acabar com os treinos de cabeça para crianças de até 12 anos, procurando evitar concussões. A entidade cita a adoção internacional da medida, e afirma estar em conversas iniciais sobre o assunto, mas sem qualquer decisão ou prazo para implementação.

Fonte: Football Association